O ministro do Meio Ambiente e Recursos Naturais mexicano, Juan Rafael Elvira, descartou nesta segunda-feira a possibilidade de conseguir um “acordo final” na cúpula sobre a mudança climática que acontecerá em Cancún, no final do ano, mas insistiu na necessidade de entrar em acordo sobre medidas operacionais.

O ministro destacou a importância do corte das emissões causadas pelo desmatamento e da mobilização da ajuda aos países em desenvolvimento a curto prazo.

Elvira, que participou nesta segunda-feira como convidado em Bruxelas do Conselho de Ministros Europeus de Meio Ambiente, também descartou que essa reunião será apenas um mero trâmite.

“Não estamos buscando um trâmite. O México não procura trâmites. O presidente (mexicano, Felipe) Calderón definiu com muita clareza que é um processo difícil mas necessário para o mundo”, indicou. “Temos que definir as decisões operacionais e as metas que queremos conseguir em Cancún e, então, pensar nas formas legais delas”, acrescentou.

Elvira indicou que o México terá a sua lista de metas para a conferência pronta em junho ou julho, quando as explicará “claramente a todas as partes” a fim de obter a mesma resposta da comunidade internacional.

Além disso, indicou que, antes de chegar a Cancún, seu país “quer ver alguns sinais claros” dos países desenvolvidos para “demonstrar que se pode combater a mudança climática com decisões operacionais”.

O ministro mexicano também foi questionado sobre as declarações da comissária europeia de Ação pelo Clima, Connie Hedegaard, que reconheceu na semana passada que achava difícil conseguir um acordo internacional vinculativo para substituir o Protocolo de Kyoto em Cancún.

“Acho que ela se refere a um acordo vinculativo legalmente. Estamos falando é de conseguir objetivos realizáveis”, apontou, referindo-se ao corte das emissões do desmatamento, ao apoio a longo prazo aos países e ao financiamento adiantado que foi estipulado na cúpula de Copenhague aos Estados em desenvolvimento (US$ 30 bilhões para 2010-2012).

Ele também assinalou que o Protocolo de Kyoto deverá continuar vigente, até que se tenha “outro instrumento complementar ou substitutivo”.

Quanto à natureza da reunião de Cancún, Elvira afirmou que, por enquanto, ela se coloca como uma cúpula em nível de ministros de Meio Ambiente.

“Esta é a primeira fase. Não estamos pensando na presença de chefes de Estado agora, porque se estes assistem é porque teremos a conclusão final de um acordo contra o aquecimento global”, disse.
Ele assegurou ainda que “não seria muito sábio” que os resultados de Cancún dependessem das decisões do Congresso americano, e ressaltou que é necessário escutar e levar em conta a opinião de todas as partes.

 


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México descarta acordo final em cúpula sobre o clima no final do ano