King Diamond Arenan, Stockholm April 24, 2006 Photo by: © Michael Johansson

(Foto: divulgação)

O ano era 1996, o lugar o Estádio do Pacaembú, em São Paulo, e o evento o festival Monsters of Rock. Nesse cenário, o dinamarquês Kim Bendix Petersen, conhecido como King Diamond, fazia suas primeiras apresentações no Brasil com dois shows em sequência: com a banda Mercyful Fate e sua carreira solo. “Era início de tarde e estava muito, mas muito quente. Terminei um show, fui para o camarim, mudei a maquiagem e depois de 20, 30 minutos estava novamente cantando no palco“, relembra o músico em exclusiva ao Virgula. “Foi a única vez, o único ano que fiz isso, porque é muito exaustivo fazer dois shows na mesma noite. Espero não repetir novamente, pois quando voltava ao meu quarto no hotel a minha voz estava um estrago“.

Agora, 21 anos depois, Diamond volta ao país como grande atração do Liberation Festival, que rola dia 25 de junho no Espaço das Américas, em São Paulo, e para a ocasião especial irá tocar na íntegra o clássico álbum Abigail, de 1987. “Este foi o meu primeiro álbum de história de horror. Antes eu fazia álbuns conceituais, mas não eram de terror. Abigail traz um monte de coisas novas; o vocal que faço nele, por exemplo, é muito diferente do que já tinha feito antes. Até hoje penso que fizemos uma coisa muito especial com esse álbum“, diz o Rei do falsete.

E para cantar músicas que foram gravadas há 30 anos, você sente alguma dificuldade? “Hoje estou cantando muito melhor do que já cantei em toda a minha vida. Após a minha cirurgia eu parei de fumar completamente e mudei meus hábitos“, afirma King, que teve uma experiência de quase morte em 2010, quando sofreu um ataque cardíaco. “Pra mim hoje é muito mais fácil cantar musicas do Abigail. Fizemos a turnê comemorativa do álbum pela Europa e EUA e teve semana que fizemos cinco shows, um por dia. Se fosse nos anos oitenta eu teria dificuldade com a minha voz. Hoje não tenho. Ela é muito mais forte”, diz.

Conhecido também pelo uso da Corpse Paint (pintura facial com temática de cadávere pela sua atuação teatral, Diamond serve de inspiração para outros artistas, como os suecos do Ghost, por exemplo. E ele se sente honrado: “É sempre bom ouvir que você inspira alguém pelo que faz. Eu tive muitas influências. David Byrne, por exemplo, é o meu cantor preferido de todos os tempos. Antes de entrar no palco eu sempre escuto suas músicas ou as coloco no PA, para deixar o público no clima que eu gosto“, diz ele, e revela: “Mas, o que me impressionou mesmo foi ter visto o Genesis com o Peter Gabriel em 1974, e depois Alice Cooper, e depois David Bowie, e por aí foi indo. Com isso fui sendo influenciado e montando a minha personalidade. O importante é você ser autêntico“.

Outro assunto que sempre vem à tona quando o assunto é King Diamond é religião, e sem se incomodar ele explica sua posição: “Eu não tenho e nunca tive religião. Eu sigo a filosofia satânica e a bíblia satânica. Eu não entendo porque pessoas matam umas as outras por causa de religião. Sabe, as pessoas não se respeitam porque não acreditam na mesma coisa que as outras. É ridículo isso. Talvez uma ou outra religião esteja certa, mas as pessoas que a frequentam não podem provar às outras e tem que respeitar isso“. E sobre Deus, será que acredita? “Não me importo se existe um Deus, vários Deuses ou nenhum. A única coisa que importa pra mim é o respeito entre as pessoas. Se você é uma boa pessoa, eu vou gostar de você sem me importar em que acredita. Se você é um cuzão, eu não gosto de você, não quero ser seu amigo e quero que você vá para o inferno“, diz em voz tranquila, como se estivesse tomando um chá do outro lado da linha.

King-Diamond-2016

(Foto: divulgação)

Para a apresentação de São Paulo, o músico adianta: “Se você já nos viu antes, aviso que dessa vez será diferente, pois será a melhor vez em que você verá a banda de King Diamond tocando. E se você nunca nos viu, não perca tempo e venha ver a melhor produção e a melhor experiência que você vai ter“. Toda essa promessa não é balela, pois vem de uma pessoa que tem história e tradição dentro do heavy metal, um ícone do estilo. “Quando subo ao palco eu quero que as pessoas saiam impressionadas e pensando ‘Uau! Esse foi o melhor espetáculo que já vi na vida’. É isso que proporciono!”. Para finalizar, um recado do mestre aos fãs: “Stay heavy“.

No Liberation Festival ainda tocam Lamb of God, Carcass, Heaven Shall Burn e os brasileiros Test.

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(Foto: divulgação)

SERVIÇO

LIBERATION FESTIVAL 2017

Data: domingo, 25 de junho de 2017
Local: Espaço das Américas
Endereço: Rua Tagipuru, 795 (ao lado do Metrô Palmeiras – Barra Funda)
Abertura da casa: 16h
Ingressos: https://www.ticket360.com.br/evento/6568/liberation-festival-2017-com-king-diamond
Informações gerais: info@liberationmc.com
Censura: 16 anos (desacompanhados). Menores dessa idade somente acompanhados dos pais ou responsáveis.
Estacionamento: locais próximos ao Espaço das Américas
Estrutura: ar-condicionado, acesso para deficientes, área para fumantes e enfermaria
Evento Fb: https://www.facebook.com/events/1806648852919135

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Créditos: reproducao

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