‘Nunca houve tanta qualidade no rock brasileiro’, diz Far From Alaska que lança ‘Unlikely’

Em junho deste ano os brasileiros do Far From Alaska se apresentaram em um dos maiores festivais da Europa, o Download Festival Paris, na França, e fizeram mais do que bonito tocando no mesmo palco que System of A Down. Agora, o grupo está de volta ao Brasil para lançar o novo álbum, Unlikely, e falou com o Virgula sobre a boa fase que a banda está vivendo. “No Download foi o maior público da nossa vida até hoje, 30 mil pessoas na hora do nosso show, 70 mil por dia. O palco era tão grande que nossos cabos não eram apropriados, eram pequenos demais (risos)“, relembra a tecladista Cris Botarelli. “Foi viver um pedacinho de um sonho que a gente já constrói há um tempo e foi demais ver que o público correspondeu à toda nossa empolgação“.

Com cinco anos de existência e dois álbuns na discografia, o Far From Alaska fortalece um cenário de rock que vem sendo abastecido por bandas relativamente novas, como Scalene e Supercombo, e que segundo Cris, vive um dos momentos mais inspiradores: “Eu arrisco dizer que nunca houve tanta qualidade e diversidade no rock brasileiro como atualmente, tem muitas bandas muito boas e diferentes entre si, o que faz com que o público seja também mais diverso”. Mas, nem tudo são ‘mil maravilhas’ para os novos roqueiros, a luta por um lugar ao sol é árdua: “Infelizmente outros gêneros mais populares acabam dominando geral por estarem na grande mídia, então, em proporção, o alcance das bandas de rock ainda é limitado, mas isso está diminuindo passo a passo e os shows de rock estão cada vez mais cheios“, celebra.

Far From Alaska com o palco ‘bombado’ de gente no Download Festival

Do novo trabalho, a ser lançado em 4 de agosto, Cris conta como foi o processo de composição: “As nossas conversas na hora de compor eram, por exemplo, ‘Vamos fazer essa parte meio abertura de seriado dos anos 90?’, ou ‘Toca aquela música que parece uma lesma se arrastando’ e por aí vai. Mas, nós tínhamos na cabeça que gostaríamos de canções pra galera cantar junto, musicas que também funcionassem na rodinha de violão, e isso orientou bem as composições pra mais linhas de harmonia ao invés de só ‘riffão’ o tempo inteiro“.

E não é que deu certo, com Cobra, o primeiro single lançado, o ouvinte se delicia com um daqueles ‘rocks’ nervosos em que a melodia não sai da cabeça. “Com esse novo álbum a gente diz com muita alegria no coração que conseguimos chegar onde queríamos. É o Far From Alaska mais Far From Alaska possível, mais solto, mais leve, despretensioso e divertido, porém ainda muito pesado, como de costume“, afirma a tecladista. “É a nossa cara. Inclusive, o nome Unlikely é sobre nós mesmos. Sobre ser do Nordeste, de Natal, a ‘esquininha do Brasil’ e fazer um rock que poderia ser de qualquer lugar, em inglês, a despeito de qualquer expectativa“.

No embalo de ter plantado (e muito bem) as sementes na Europa, juntando com a empolgação de Unlikely, o Far From Alaska está sedento por shows para mostrar as novas músicas. Neste fim de semana, de 4 a 6 de agosto, o grupo será uma das grandes atrações do Festival CoMA em Brasília, ao lado de Lenine, Clarice Falcão, Silva, Emicida e muito mais. Depois, o grupo parte para São Paulo, no dia 10, quinta-feira, no Z Palco, para soltar toda a fúria no show de pré-lançamento do álbum. “Viramos a página. Agora é o show do Unlikely, com maioria de musicas novas e algumas antiguinhas pra galera mais saudosa. Adianto que serão doidos!“, instiga Cris. Bora?

www.farfromalaska.com