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The Smashing Pumpkins no Lollapalooza


Créditos: Manuela Scarpa e Amauri Nehn/Photo Rio News

O show do Smashing Pumpkins, no segundo dia do festival Lollapalooza, trouxe memórias amargas a seus fãs desde seu anúncio. Quem esteve na última apresentação, em 2010, temia uma outra decepção. À época, encontrou-se um Billy Corgan desinteressado, acompanhado de uma banda juvenil, que pouco lembrava os anos de rock pesado da formação original.

Sorte a de quem resolveu dar uma chance ao gigante careca: o que se viu na apresentação deste domingo foi uma reunião de espectadores que aguardavam desde a década de 1990 um motivo para fazer valer todos os reais torrados em CDs, camisetas com a insígnia “ZERO” e demais objetos que os tornassem um seguidor da turma de Corgan.

O show abriu com Cherub Rock, do disco Siamese Dream, de 1993. Assim como na abertura do álbum, a música chega trazendo uma ideia do que está por vir. Em seguida, Tonight, Tonight e Ava Adore serviram como um pedido de desculpas pela patacoada que foi aquele dia de novembro, no Playcenter. A partir daí, estava permitido mostrar sons novos, do álbum Monuments to an Elegy, sem destoar dos hits espalhados pelos quase 30 anos de existência da banda.

O público, curiosamente, não era composto de trintões/quarentões saudosos, revelando na grade próxima ao palco uma leva de jovens de aparelho nos dentes e (muitas) lágrimas nos olhos. Animados, interagiram com Billy na hora em que ele tomou o microfone para apresentar a banda, em meio a piadinhas de tio do pavê (como o riff de Killing in the Name, do Rage Against the Machine, para chamar Brad Wilk, egresso da banda) e anúncios triviais (“Foi meu aniversário semana passada, fiz 28 anos, hehehe”). O momento comovente foi quando ele contou que seu gato, Sam, faleceu enquanto ele estava em turnê pela América Latina, e que por isso dedicaria a ele a canção Disarm. Óun.

O encerramento com Bullet With Butterfly Wings foi para garantir que todos os fãs que não estiveram na apresentação de 1998, ou que abominaram a de 2010, tivessem a oportunidade de cantar o refrão “despite all my rage I am still just a rat in a cage” (“apesar da minha ira, continuo um rato enjaulado”, em tradução livre do inglês) uma vez na vida, sem precisar bater a porta do quarto em seguida.

O bis teve uma versão acústica de Today. Porém, nessa hora, fogos anunciavam o final do festival e eu já me encaminhava para a saída. Ninguém quer mexer em time que está ganhando, não é mesmo?


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Show do Smashing Pumpkins é um ótimo pedido de desculpas de Billy Corgan para seus fãs