Peça entra em cartaz

O Pai, do sueco August Strindberg, é um clássico da dramaturgia mundial, que será apresentado no Brasil sob direção de Regina Galdino. Com estreia marcada para 1º de abril, no Teatro João Caetano, o espetáculo tem no elenco Marcos Damigo, Tatiana Montagnolli, Gabriela Rabelo (participação especial), Daniel Costa, Beatriz Negri, Sérgio Passareli e Gerson Steves, responsável também pela tradução do texto e adaptação da obra. O projeto é patrocinado pela Ticket através da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério do Turismo.

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Strindberg foi fundamental para criar as bases do teatro moderno e influenciou também o cinema de Ingmar Bergman e Lars Von Trier. Escrito em 1887, O Pai se mantém atual ao levantar o tema das relações de gênero e poder, num momento em que a desvalorização da mulher e o comportamento humano ganham cada vez mais espaço para o debate.

Na peça, pai e mãe protagonizam uma briga feroz pelo direito de educar a filha, a representação da geração futura. O alicerce social, fincado no exército, na ciência e na religião, é desestabilizado pela mãe, que lança mão de estratégias inescrupulosas para enfrentar o domínio paterno. “É uma história sobre a luta pelo poder e como eliminar o opositor usando mentiras”, afirma Regina.

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Conhecida como uma das mais contundentes obras do autor sueco, O Pai apresenta personagens complexas, ambíguas, nada idealizadas e com profunda dimensão humana, que lutarão desesperadamente para entender uma nova sociedade que estava nascendo, com o desenho de novos papéis sociais para homens e mulheres.

No século XIX, o patriarcado, que parecia forte, podia se tornar frágil quando o assunto era a paternidade. A figura masculina, detentora do poder familiar, é Adolf, Capitão de Cavalaria e cientista, ladeado pelo pastor, pelo médico e pelo soldado. As figuras femininas, a esposa Laura, a filha Bertha e a criada Margret, que poderiam simplesmente significar personagens submissas, manipuladas por Laura, formam uma força silenciosa, capaz de subjugar o capitão e influenciar o pastor e o médico. De nada vale a força masculina diante da dúvida que a esposa inculca no marido: será Adolf o pai de Bertha? A dúvida abala o pai, numa guerra sem vencedores nem heróis.

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O Pai, clássico da dramaturgia mundial de August Strindberg, estreia em 1º de abril no Teatro João Caetano