100 Barbies que fazem qualquer colecionador pirar

A primeira Barbie usava maiô e tinha rabo de cavalo. Sabia que o preço dela era de apenas US$3,00?
A primeira Barbie usava maiô e tinha rabo de cavalo. Sabia que o preço dela era de apenas US$3,00?
Créditos: Reprodução

Há 56 anos a Barbie reina absoluta. É a boneca mais famosa, fashionista e a única que tem duas unidades vendidas a cada segundo no mundo. Ela já ultrapassou a condição de brinquedo e ganhou há tempos status de peça-desejo. Prova disso são as milhares de pessoas que gastam tempo, grana e dedicação montando acervos da boneca. Mas, as Barbies colecionáveis são um pouco diferentes daquelas que a gente vê nas lojas de brinquedos, que normalmente vendem as do tipo playline. O Barbie Collector, site mantido pela Mattel, tem catalogado simplesmente todas as Barbies já lançadas e é uma fonte de pesquisa inesgotável para qualquer colecionador ou para quem deseja se tornar um.

Conheça abaixo as histórias de três grandes colecionadores, sendo que dois deles são brasileiros:

A maior colecionadora do mundo

Bettina Dorfmann

Bettina Dorfmann é a maior colecionadora de Barbies do mundo com 15 mil bonecas. Crédito: Reprodução

Guarde bem o nome desta alemã: Bettina Dorfmann. Ela está no Guinness Book com o título de maior colecionadora de Barbies do mundo com 15 mil bonecas garimpadas ao longo de 19 anos e que ocupam vários cômodos da casa. O foco principal são as Barbies super vintage, comercializadas na década de 1960. Mas, claro, não ficam de fora as versões contemporâneas e raridades. A paixão é tanta que Bettina também restaura itens, além de promover exposições e auxiliar os colecionadores que desejam expor sus preciosidades.

Um dos maiores colecionadores do Brasil

Carlos com a coleção de Barbies

Carlos Keffer e uma “pequena” amostra do acervo de 1.500 Barbies. Crédito: Gabriel Quintão

Quem entra no apartamento do paulistano Carlos Keffer parece ter caído direto num museu da Barbie ou algo do tipo. Prateleiras e mais prateleiras com proteção de vidro dispostas na sala e em outro cômodo exclusivo não conseguem acomodar mais as 1.500 bonecas do acervo, número que o coloca entre os maiores colecionadores do país. O carinho, zelo e organização dele são dignos de quem já gastou mais de R$ 700 mil adquirindo Barbies. A peça que deu o start na coleção foi a Barbie My Fair Lady, que é a perfeita caracterização da personagem Eliza Doolittle vivida por Audrey Hepburn no filme de 1964.

A relação de Carlos com a Barbie vem desde a infância, mas que se restringia em apenas admirá-las no quarto da irmã. Formado em psicologia, ele trabalhou durante anos com vendas até que sua vida mudou literalmente por “culpa” da boneca. Depois de organizar várias convenções de colecionadores, Keffer abriu uma produtora para realizar eventos e exposições que viajam o país inteiro mostrando a evolução e a diversidade da Barbie através das décadas. Hoje ele trabalha em parceria com a Mattel, fabricante mundial do brinquedo, e se diz realizado. “É um sonho poder trabalhar com o que amo e um sonho maior ainda poder trabalhar com a Barbie”.

Carlos Keffer

Diversidade pouca é bobagem. Crédito: Gabriel Quintão

É impossível observar as vitrines recheadas de bonecas e não soltar nenhum suspiro ou alguma onomatopeia que remeta à fofura ou a alguma lembrança remota da infância. Mais do que isso, foi uma chance de revisitar grandes momentos da história do cinema, moda, costumes e comportamento retratados por uma boneca que atravessou 56 anos no tempo sendo a mais famosa e vendida no mundo até hoje. “A Barbie acompanhou e evoluiu com a mulher ao longo de todos esses anos e, mesmo assim, ela continua sendo a possibilidade de viver a fantasia”, explica Keffer.

Um dos destaque do acervo pela beleza e riqueza de detalhes é a Barbie Maria Antonieta, que custa atualmente cerca de R$2.500. E a primeira Barbie de todas, lançada em 1959 e que custava a bagatela de US$ 3? É claro que o Carlos tem! Só que hoje a peça tem status de relíquia e vale pouco mais de algumas dezenas de milhares de reais. Daí, você deve estar se perguntando, “mas existe alguma boneca que ele não tenha ainda?”. Sim, caro leitor. “O meu desejo é a Barbie Lagerfeld (criada pela estilista da Chanel, Karl Lagerfeld). Mas ela se esgotou em apenas 4 minutos de venda”, revela.

Carlos Keffer

Algumas das Barbies mais preciosas da coleção de Carlos Keffer. Ao centro, com maiô listrado, um exemplar original da primeira Barbie, lançada em 1959. Usando chapéu ao lado esquerdo, está a Barbie My Fair Lady. No canto direito, com pomposo vestido azul, está Barbie Maria Antonieta. Crédito: Gabriel Quintão

Veja a coleção de Barbies de Carlos Keffer


Créditos: Gabriel Quintão

O crème de la crème do vintage

Marcelo com suas bonecas

Marcelo Ferrari rodeado de parte de sua coleção. Nas mãos, um exemplar intacto da American Girl Barbie, de 1965. Crédito: Gabriel Quintão

O jornalista Marcelo Ferrari começou a montar sua coleção entre os anos de 1986/87. Desde criança frequentador de um clube da colônia britânica, em São Paulo, ele e a maioria da garotada de lá tinham brinquedos importados que ainda não eram vendidos no Brasil. “Meu pai quando viajava me trazia ou G.I Joe ou Action Man (os Falcons originais mais antigos) e eu de olho nas Barbies das meninas que achava lindas, mas naturalmente não ganhava. Isso ficou na cabeça!”, explica Marcelo.

O acervo é composto por peças selecionadíssimas, são 80 bonecas com o melhor do vintage da Barbie. A primeira da fila é a Barbie American Girl, lançada em 1965 quando elas começaram a articular as pernas. “Só tenho interesse pelas vintages de 1959 até meados da década de 1970. Não me preocupo muito se elas estão perfeitas. Pelo contrário, até gosto de sentir que elas foram brincadas e fizeram parte das histórias das pessoas”, revela o colecionador que acomoda “as meninas” num livreiro antigo com portas de vidro de correr.

Marcelo Ferrari

Algumas das meninas vintage de Marcelo Ferrari. Crédito: Gabriel Quintão

Ele também adora itens relacionados ao universo da Barbie, como cases para carregá-las com as roupas, catálogos originais, cards, álbuns de figurinhas, livros novos e vintage, guias de referência entre outras coisinhas mais. Compra as bonecas em lojas e leilões virtuais, bazares e também ganha de amigos. Apesar de não ter ideia de quanta grana gastou com a coleção, Marcelo lembra de histórias interessantes sobre como adquiriu algumas das peças.

“Trabalhava numa loja no Shopping Iguatemi que vendia coisas importadas e apareceram uns chaveiros com alguns modelos antigos da Barbie. Uma senhora estava fazendo compras e comecei a viajar e dissertar com ela sobre as bonecas que colecionava e blá, blá, bá. Alguns dias depois ela aparece com um boneco da família e algumas roupas que tinham sido da Barbie da época que ela era criança e me deu por ter ficado encantada com a minha empolgação! Fofa, né?”, diverte-se.

Marcelo Ferrari

Parte dos álbuns e revistas do acervo. Crédito: Gabriel Quintão

Você quer entrar pro time de colecionadores da Barbie mas não tem a mínima ideia de como começar? Marcelo dá a dica: “Pense num tema para ficar mais fácil. Escolha as assinadas por estilistas, ou só as de profissões, as antigas, de determinadas épocas, de diferentes países. No mais é arrumar um lugar para guardar as bonecas e protegê-las contra o sol e a poeira. Mas prepare o bolso pois é como criar um filho!”.

Veja a coleção de Barbies de Marcelo Ferrari


Créditos: Gabriel Quintão

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Apaixonados por Barbies: conheça as histórias dos colecionadores e aprenda a montar o seu acervo