Alessandra Ambrósio e Anja se divertem em Beverly Hills


Créditos: Reprodução/Just Jared

Sinônimo de luxo e ostentação, Beverly Hills olhou para trás para comemorar nesta terça-feira (28) seu centenário, decidida a se tornar consciente da sua história além dos estereótipos do cinema e da televisão que “às vezes podem ser um pouco injustos”, disse à Agência Efe o prefeito, John A. Mirisch.

Criada como um município em 28 de janeiro de 1914, sua imagem de esnobismo e glamour é um fenômeno relativamente recente muito relacionado com as consequências da Segunda Guerra Mundial.

Após o confronto que arrasou a Europa, as marcas internacionais mais exclusivas encontraram espaço nas tranquilas ruas comerciais desta pequena cidade residencial que desde o primeiro terço do século XX havia se transformando no lar de muitos artistas dado sua proximidade com os estúdios de Hollywood.

Assim surgiu o que hoje é conhecido como o “Triângulo de Ouro”, uma área entre situada entre as avenidas Santa Mônica, Wilshire e Rexford Street, que atravessa a parte central da icônica Rodeo Drive, repletas de joalherias, lojas de moda e turistas.

Rodeo deve seu nome à empresa Rodeo Land and Water Company fundada em 1906 por um grupo de investidores que compraram o terreno, antes um campo para plantação de legumes, convencidos de que encontrariam petróleo.

No subsolo encontraram grandes aquíferos e mudaram a ideia do negócio. Liderando o projeto estava Burton E. Green, que batizou a área como Beverly Hills inspirado por Beverly Farms, em Massachusetts.

A abundância de água favoreceu a construção do subúrbio que depois seria cidade, o mesmo recurso aproveitado por seus primeiros habitantes, os nativos gabrielinos, que chamavam o lugar de “a confluência das águas”, quando elas desembocavam em correntes desde as colinas.

Os espanhóis traduziram aquilo como “O rodeio das águas”, e assim também ficou conhecida a fazenda em que se transformou tudo aquilo, que passou de mão em mão sem pena nem glória até a irrupção de Green, impulsor da cidade onde no início poucos queriam morar.

Para despertar interesse, construiu no meio do nada em 1912 o conhecido Beverly Hills Hotel e apostou no luxo. Os trabalhadores da então nascente Hollywood começaram a chegar.

Foi o casal da moda do cinema mudo, Mary Pickford e Douglas Fairbanks, que se encarregou de colocar Beverly Hills no mapa ao construir sua mansão na cidade. Outros os seguiram.

Em seu escritório na prefeitura, Mirisch, que deixou seu emprego como executivo da indústria do cinema para ser prefeito, guarda uma lista telefônica de 1954 que mostra com entusiasmo. Em suas páginas se encontram os irmãos Marx.

A lista de moradores célebres da cidade é muito extensa, desde Marlene Dietrich e Fred Astaire, até Marlon Brandon, Charles Chaplin, Rita Hayworth, Frank Sinatra e Jack Nicholson.

Essa relação com o mundo do entretenimento é o que, de acordo com Mirisch despertou “fascínio” e “misticismo” sobre a cidade que no imaginário coletivo é geralmente identificada com o código postal 90210, o bairro mais caro dos EUA, onde entre julho de 2012 e junho 2013 foram vendidas 18 casas por US$ 10 milhões ou mais.

Mas o prefeito lembrou que também são Beverly Hills os distritos 90211 e 90212, que mais da metade dos 34 mil moradores da cidade vivem de aluguel e que não são poucos os que têm uma economia modesta e ficam na cidade “para poder mandar seus filhos para bons colégios públicos”.

“O estereótipo de 90210, os superricos, o glamour e o esnobismo podem ser algumas vezes um pouco injustos, embora existam alguns desses também”, disse Mirisch, que insistiu que Beverly Hills é “cosmopolita” e “acolhedora”, longe da percepção elitista gerada por “Uma linda mulher” ou a série “Barrados no Baile”.

Mirisch destacou ainda a importância de a cidade ter alcançado uma identidade própria diferente do gigante adjacente, Los Angeles, e assegurou que um de seus objetivos é preservar o patrimônio, até agora descuidado, diante dos variados desejos dos milionários.

A casa Pickford e Fairbanks foi demolida em 1988 para que a atriz Pia Zadora, que achava que a casa estava mal-assombrada, construísse outra no local, o mesmo ocorreu com a propriedade do compositor de clássicos como “They Can’t Take That Away From Me” e “Shall We Dance”, George Gershwin, demolida em 2005.

“Não fizemos um bom trabalho avaliando a história que temos”, reconheceu o prefeito que espera que a comemoração do centenário, que inclui um concerto e a realização de um documentário, eduque sobre a importância de conservar o legado de Beverly Hills.


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