Elas não se sentem menores, menos capazes ou qualificadas para cuidar da própria vida e destino, muito pelo contrário. As mulheres que convivem com algum tipo de deficiência no Brasil entendem o peso do preconceito na nossa sociedade e lutam contra a incapacitação e o silenciamento todos os dias, como verdadeiras protagonistas da própria história. Essa é a realidade de sete mulheres que participam da edição especial de um ano da revista D+, com a chamada #SomosTodasProtagonistas.

Mulheres com deficiência: somos todas protagonistas

Divulgação Mulheres com deficiência: somos todas protagonistas

Os números alertam para a urgência da discussão: no Brasil, de acordo com o censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 25.800.681 mulheres têm algum tipo de deficiência. Isso corresponde a 26,5% do total das mulheres brasileiras, um percentual que está longe de ser invisível ou sem importância. Ainda assim, essas mulheres precisam provar a todo instante que são capazes de viver por conta própria, embora o preconceito e o senso comum digam que não.

Sueli Satow, de 63 anos, é um exemplo disso. Ela convive com a paralisia cerebral desde o nascimento, mas ainda enfrenta situações “ridículas”, como ela mesmo diz, quando vai a consultórios médicos, por exemplo. Profissionais e especialistas insistem em perguntar tudo à sua mãe, como se Sueli não tivesse plenas condições de responder sozinha. Ela não só tem condições como também conquistou a independência muito cedo, depois de se formar em Filosofia e Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Além disso, Sueli é mestre e doutora em Psicologia Social pela mesma instituição e expert em inclusão de pessoas com deficiência pela Universidade de Salamanca, na Espanha.

“Quando eu tinha 3 anos, minha avó paterna sugeriu que me internassem em uma instituição para crianças com deficiência intelectual. Daquelas “instituições-depósito”. Minha mãe só me contou quando eu estava fazendo o doutorado. Percebi a sorte que tive em ter a mãe que tenho. Ela me incentivou ao máximo nas minhas capacidades intelectuais e físicas”, conta Sueli.

Adriana e Mila, Larissa, Myla, Suzete e Thays são mais exemplos de lutas e conquistas extremamente belas e inspiradoras. Na galeria a seguir, você conhece um pouco mais da história de cada uma delas, olha que demais!


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Donas do próprio nariz: lutas e conquistas de 7 mulheres com deficiência