Hotel Laide, no centro de SP, foi demolido

Reprodução Hotel Laide, no centro de SP, foi demolido

A operação da Prefeitura de São Paulo, comandada por João Dória (PSDB), em parceria com o Governo do Estado de São Paulo, de Geraldo Alckmin (PSDB), feita na Cracolândia no último fim de semana, segue tendo desdobramentos. O Hotel Laid, um dos mais antigos – e históricos – edifícios da região foi demolido pela gestão municipal nesta terça-feira (23).

Dória busca, segundo ele mesmo, acabar com o tráfico de uso de drogas na região, que há anos é uma dor de cabeça para o município. As medidas para tornar o objetivo possível, porém, estão sendo contestadas. Um dos prédios hoje demolidos possuía pessoas ainda em seu interior, que acabaram feridas e levadas aos hospitais próximos.

Já o Laid foi tema de um documentário dirigido por Debora Diniz. O filme acompanhava a chegada de Angélica Alves, 24 anos, à pensão. Ela vinha de 15 anos vivendo nas ruas. “A oportunidade de ter dado uma chance pra poder entrar e de começar tudo de novo. Foi daí que eu diminuí bastante a droga. E hoje eu não fico sem dormir mais”, diz ela em um dos depoimentos.

O hotel funcionava como pensão social

Reprodução O hotel funcionava como pensão social

A primeira internação de Angélica por dependência química foi aos 17 anos de idade. “Esse já foi um primeiro passo. Arrumei um canto para dormir, um serviço para poder me dar algo. Foi daí que consegui mudar, diminuir bastante das drogas. Parei de ficar na rua, parei de fazer programa”, relata ela.

Apesar de ser uma pensão social, o hotel possuía uma série de regras, todas impostas por Brenda Bacho, uma das gerentes do cômodo. A cama tinha que estar sempre arrumada; nada de entrar no quarto dos outros; não podia fumar em espaços coletivos; e, no mínimo, um banho por dia. “Aqui é residência, é um lar. É família, entendeu?”, diz ela.

O Laide ficava na região da Cracolândia

Reprodução O Laide ficava na região da Cracolândia

A operação na Cracolândia foi comandada pelo Denarc (Departamento de Narcóticos) e membros da GCM (Guarda Civil Metropolitana). Nesta semana, hotéis e comércios em geral, como bares, padarias, restaurantes, lojas e lanchonetes, começaram a ser demolidos. Muitos, segundo relatos de seus donos ouvidos por reportagens dos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, sequer receberam um aviso prévio para desocuparem os imóveis, o que é contra lei.

A Prefeitura, através das redes sociais, se defende: “Mais de 520 pessoas já foram acolhidas após a operação na região da Nova Luz. Cerca de 600 profissionais da Prefeitura de São Paulo e do Governo do Estado, inclusive psicólogos e psiquiatras, estão nas ruas para realizar triagem, diagnóstico e acolhimento dos usuários de drogas e pessoas em situação de rua no Complexo Prates e no Centro Temporário de Acolhimento (CTA). A região recebe também novas câmeras de monitoramento, ônibus de vigilância que passam a circular na área, reforço de segurança com viaturas da Guarda Civil Metropolitana e viaturas da Polícia Militar.”

Governo diz que não demoliu Hotel
Em nota enviada ao Virgula na tarde desta quarta-feira (24), o Condephaat, órgão estadual que tombou a fachada do edifício, diz que ele não foi demolido. Leia abaixo:

“Diferentemente do que foi informado na matéria “Hotel demolido na Cracolândia tinha valor histórico e foi tema de documentário”, publicada por este portal em 23 de maio de 2017, o Condephaat esclarece que o Hotel Laid, cuja fachada é tombada pelo órgão, não foi demolido. A informação foi confirmada por técnicos da Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico (UPPH), braço técnico e executivo do Condephaat na Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, que estiveram no local na manhã desta quarta-feira, 24.”


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Créditos: reprodução Facebook/parqueibirapuera


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Hotel demolido na Cracolândia tinha valor histórico e foi tema de documentário