50 anos de Diana


Créditos: Revista Vanity Fair

No início dos anos 80, o príncipe Charles, então com 32 anos, foi pressionado a se casar. Ele escolheu Diana, que era uma moça simples, meiga, tímida e, obviamente, para cumprir todos as exigências da época, virgem. Ela parecia que mal seria capaz de falar, quanto mais de chamar a atenção e de atrair todos os holofotes. Características muito apreciadas pela rainha Elizabeth II e pelo marido, o príncipe Phillip. Diana parecia ser a medida exata do que eles desejavam para gerar os filhos reais de Charles: jovem, reservada e praticamente muda.

Se por um lado, Diana tinha certeza de que estava se tornando parte de um conto de fadas, por outro, Charles estava apenas cumprindo o protocolo, pois, segundo informações, na época ele já estava envolvido com Camilla Parker-Bowles, seu verdadeiro amor, que se tornaria onipresente na vida do futuro casal, e com quem se casaria mais tarde, em 2005.

Em 29 de julho de 1981, Diana, então com 20 anos, e o príncipe Charles, 32, se casaram na Catedral de St. Paul, em Londres. A cerimônia teve 3500 convidados e foi vista por 750 milhões de pessoas, que assistiram ao vivo ao redor do mundo. Com o casamento, Lady Di mudou o título para “sua alteza real a princesa de Gales”.

Tudo parecia realmente seguir para a grande máxima do “felizes para sempre” das histórias de princesa. Logo após o casamento, Diana engravidou e em 1982 William nasceu. Dois anos mais tarde, lady Di deu à luz o príncipe Harry. Porém, já ficava muito claro que Diana não seria a esposa apática e discreta que Charles e a família real tanto buscaram. Sim, se dependesse dela eles teriam sido “felizes para sempre”, mas embora ninguém soubesse, Diana viveria de acordo com as próprias regras, nunca se renderia às exigências monárquicas.

Assim ela se transformou na princesa do povo e todos viram a plebeia conquistar a popularidade e o mundo, enquanto Charles, o príncipe que sempre foi alvo de chacotas pelas avantajadas orelhas, era quase que totalmente ignorado. Em desfiles e eventos ao ar livre, o público tentava se aproximar dela, não do marido. Em sintonia com as massas, os fotógrafos buscavam a melhor imagem da bela princesa e quase se esqueciam de Charles. 

O encantamento que ela exercia sobre as multidões ganhou ainda mais força com seus trabalhos sociais. Diana emprestou sua fama a causas humanitárias, como a campanha contra minas terrestres que matam e aleijam civis em zonas de conflito da África. Em 1987, ela rompeu o protocolo e durante uma visita ao hospital Middlesex, na Inglaterra, cumprimentou sem luvas nove pacientes infectados com o vírus HIV. Foi a primeira celebridade a ser fotografada nessa situação, uma atitude política para combater o preconceito contra a doença.

Mas Diana não teve sua história de princesa como nos contos de fadas. Já em 1987, apenas seis anos após o casamento, os tabloides britânicos relatavam a infelicidade de Charles e de Diana e já publicavam as suspeitas de que ambos mantinham casos fora do casamento. O que foi confirmado no início dos anos 90, com direito a confissão de infidelidade de ambos em programas de televisão. 

O que parecia impossível aconteceu: ao admitir o adultério, Diana conseguiu fazer com que sua popularidade ficasse ainda maior. Ao falar sobre o quanto Charles a fazia infeliz, Diana foi acolhida e Charles imediatamente se tornou o vilão. O divórcio dos dois se tornou um verdadeiro circo da mídia e Diana, sábia, conquistava mais e mais apoiadores. Como Charles fora capaz de rejeitar sua doce princesa e trocá-la por Camilla, a amante mais velha e bem menos atraente? Ninguém conseguia entender.

Depois de várias baixarias permeadas pelo lançamento de um livro escrito por James Hewitt, amante de Diana, e pelas gravações que vieram a público, em que Charles dizia à amante que desejava ser seu absorvente íntimo, o divórcio finalmente foi assinado em 1996. Isso fez com que Diana perdesse o título de “Sua Alteza Real”.

Em 31 de agosto de 1997, nem um ano após o divórcio, Diana faleceu no acidente de carro num túnel de Paris. Ela tinha apenas 36 anos e estava no auge de sua beleza e da felicidade namorando o milionário playboy Dodi Al Fayed. Seu enterro foi assistido pela televisão por cerca de 2,5 bilhões de pessoas — três vezes mais do que o público que acompanhou seu casamento 16 anos antes.

Dia 1 de julho Diana faria 50 anos. Ela será para sempre a princesa do povo e a rebelde que até hoje arrepia os cabelos da ultrapassada família real. Um ícone de estilo, de envolvimento em causas sociais e uma verdadeira prova de que nem sempre um conto de fadas termina em “viveram felizes para sempre”.



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