Nos últimos anos o consumo de roupas na Europa vem aumentando com o crescimento e a alta competição das cadeias de fast-fashion (moda acessível e de alta rotatividade). Com este aumento de produção e consumo, as roupas passaram a ter uma vida útil menor e a ser produzidas em países com mão-de-obra barata, gerando assim trabalho infantil e escravo, além de danos ao meio ambiente.

Uzbequistão, por exemplo, é o segundo maior exportador de algodão, sendo a Europa a maior consumidora. Um terço da população é forçada a trabalhar para a bilionária indústria do setor e qualquer tipo de oposição e protesto é reprimida pelo governo.

Crianças são levadas às plantações pelos próprios professores e obrigadas a passar horas trabalhando em condições precárias. Além disso, resíduos de pesticidas usados no cultivo resultam em altas incidências de câncer e tuberculose não apenas nos trabalhadores, mas em toda a população.

Hoje, felizmente, 59% dos consumidores europeus pensam em questões ambientais no ato da compra e os crescentes protestos estão resultando em uma proibição do uso de algodão do Uzbequistão por grandes indústrias de varejo da Europa.

Foi pensando nisso que o British Fashion Council criou a semana de moda Estethica. Esta iniciativa abre espaço para novos designers voltados para uma moda mais consciente e ética. Já em sua 7ª edição, conta com 28 designers, formando o maior centro de moda eco-friendly. A Estethica acompanha a semana de moda de Londres, que acontece do dia 18 ao 22 deste mês.

A colaboradora Hanna Levy é formada em Moda pela Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo. Atualmente está em Londres, onde cursa Fashion Merchandising and Communications na London College of Fashion.


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Semana de Moda de Londres aposta em sustentabilidade