Aos 24 anos, James Dean estava prestes a se transformar em um mito, graças a três grandes filmes gravados no prazo de apenas um ano, um deles ainda inédito. Mas, na tarde de 30 de agosto de 1955, ele alcançou o posto de uma forma completamente diferente e trágica: morreu em um violento acidente automobilístico.

É impossível medir o choque e a comoção causados por sua morte. Não apenas porque ele era jovem, ou porque era um bom ator, com uma promissora carreira à frente. James Dean era muito mais do que isso. Em 1955, ele era a imagem de uma geração. E, depois daquele acidente, se transformou em um ícone atemporal.

Claro que o fato de ser bonito ajudava. Mas Dean era realmente um ator acima da média. Depois de uma série de trabalhos na TV e pequenas pontas não creditadas em filmes, conquistou seus dois primeiros grandes papéis no cinema entre o final de 1954 e o início de 1955. E com eles conseguiu um grau de identificação que ninguém tinha alcançado até então. Nem mesmo seu ídolo, Marlon Brando.

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James Dean era a perfeita tradução do jovem incompreendido, tido como rebelde, mas que no fundo queria – e precisava – de atenção e afeto. Cal Trask, seu personagem em Vidas Amargas, era exatamente isso: o garoto problema que disputa o carinho do pai com um irmão “bonzinho e exemplar”. E sempre perde, por mais que se esforce.

Mas foi com seu segundo grande papel, o de Jim Stark em Juventude Transviada, que ele se tornou de vez a representação da juventude dos anos 50. E para tudo isso, claro, contribuía também sua vida fora das telas. Embora fosse tímido e reservado, nunca foi segredo que ele gostava de beber e fumar, sua sexualidade era ambígua e – assim como Jim Stark – era apaixonado por carros e corridas.

Só que, ironicamente, ao contrário do que diz a lenda, Dean não estava correndo quando sofreu o acidente. Ele chegou até a levar uma multa naquele mesmo dia (por estar a 105 km/h), mas duas horas antes. Investigações atestaram que ele estava abaixo dos 90km por hora quando seu Porsche 550 Spyder foi atingido em cheio por um Ford Custom Tudor preto e branco em um cruzamento próximo a Cholame, na Califórnia.

Dean estava a caminho de uma corrida da qual iria participar, em Salinas. E, só para deixar a história ainda mais dramática, decidiu que iria dirigindo no último instante. Até a manhã daquele 30 de setembro, o ator planejava rebocar o Porsche. Mas para “se acostumar” melhor, preferiu guiar. Por volta das 17h, sofreu o acidente e chegou a ser socorrido, embora cheio de fraturas e ferimentos internos. Mas foi declarado morto já ao chegar ao hospital, às 17h59.

Meses depois, já em 1956, foi lançado seu último filme, Assim Caminha a Humanidade, que ainda não estava finalizado quando ele morreu. No mesmo ano, James Dean se tornou o primeiro ator a receber uma indicação póstuma ao Oscar, concorrendo como melhor ator por Vidas Amargas. Em 1957 receberia outra indicação semelhante, por Assim Caminha a Humanidade.


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