O Atlético de Madrid venceu nesta sexta-feira (17) o Real Madrid por 2 a 1 e conquistou pela 10ª vez o título da Copa do Rei da Espanha – segunda competição mais importante do país -, além de ter quebrado uma série de jejuns, entre eles o de 14 anos sem derrotar seu maior rival.

Empurrado pela torcida Colchonera, que fez mais barulho no estádio Santiago Bernabéu até mais do que a dos donos da casa, que demonstrou certa frieza em determinados momentos do jogo, o Atlético chegou à vitória na prorrogação, depois de um empate em 1 a 1 no tempo normal.

Dentro de campo, os brasileiros foram determinantes na conquista do Atlético, marcando os dois gols da equipe. No tempo normal, o Real saiu na frente com Cristiano Ronaldo, mas Diego Costa, após sensacional jogada de Falcao García, igualou o marcador. Na prorrogação, coube a Miranda marcar de cabeça e tirar o grito de campeão da garganta dos atleticanos.

Depois de 17 anos, o Atlético volta a ser campeão da Copa do Rei. O último título também havia saído na prorrogação, com vitória sobre o Barcelona por 1 a 0, com gol de Pantic, na decisão disputada em La Romareda, na cidade de Zaragoza.

Outro jejum incômodo que caiu hoje foi o de 14 anos sem vencer o clássico da capital do país. A última vitória do Atlético havia acontecido em 30 de outubro de 1999, quando os Colchonerosvenceram por 3 a 1, no mesmo Santiago Bernabéu.

Essa pode ter sido também a última disputa de título de José Mourinho pelo Real Madrid, já que crescem as especulações sobre a mudança do técnico para o Chelsea na proxima temporada. Hoje, o site do jornal francês L’Équipe publicou nesta sexta-feira que os funcionários do clube inglês já foram informados que Mourinho será anunciado como técnico nos próximos dias.

Para o jogo, enquanto o Atlético entrou em campo com os brasileiros Miranda, Filipe Luís e Diego Costa, o Real começou com Kaká no banco, e com Marcelo vetado, por não ter se recuperado de lesão. Outra ausência importante no lado branco da decisão foi a do zagueiro francês Raphael Varane, também contundido.

A partir do apito inicial, os dois times se mostraram dispostos a fazer um jogo muito brigado, com muita marcação e poucas finalizações. O panorama foi esse até os 12 minutos da etapa inicial, quando Özil cobrou escanteio na cabeça de Cristiano Ronaldo que subiu mais alto que a zaga adversária para abrir o placar.

O gol sofrido fez com que o Atlético saísse mais para o jogo em busca do empate. Logo aos 15 minutos, Gabi finalizou de longa distância para fora, mas assustou Diego López.

Aos 34 minutos do primeiro tempo, uma das mais poderosas duplas de ataque do mundo entrou em ação. Primeiro, Falcao García iniciou a jogada, mostrando muita habilidade para se livrar de três marcadores e lançar. Foi aí que surgiu Diego Costa, que dominou, arrancou e bateu rasteiro para igualar o marcador.

No segundo tempo, tanto Real quanto Atlético apresentaram postura mais cautelosa, assim as chances mais perigosas diminuiram. Enquanto os Merengues insistiam em bolas cruzadas na área, os Colchoneros centralizavam suas ações em Falcao García, que, muito marcado, produzia pouco.

Aos 17 minutos da etapa complementar, o time de Diego Simeone precisou contar com a sorte para evitar sofrer o segundo gol. Primeiro, Benzema recebeu na área após bate e rebate, finalizou de primeira e acertou a trave. No rebote, Özil encheu o pé em direção ao gol, mas Juanfran salvou em cima da linha.

Na reta final do segundo tempo, o clima do jogo esquentou bastante, com o árbitro Clos Gómez iniciando uma vasta distribuição de cartões amarelos. A tensão chegou até aos bancos de reservas com muita reclamação por parte de José Mourinho e Diego Simeone. Aos 32 minutos do segundo tempo, ao questionar uma marcação do árbitro, o técnico português acabou expulso.

Mais preocupados em discutir e reclamar das decisões do de Clos Gómez, os jogadores apresentaram futebol pobre nos minutos finais, e na ausência de oportunidades criadas, o placar da partida terminou empatado em 1 a 1, e o jogo foi para a prorrogação.

Para os 30 minutos adicionais, no Real Madrid, Arbeloa, Di María e Higuaín entraram nos lugares de Fábio Coentrão, Modric e Benzema. Logo no início, Diego Costa ficou cara a cara com Diego López, mas acabou finalizando fraco, perdendo a chance de desempatar.

Três minutos depois, outro brasileiro não deu o mesmo mole. Miranda apareceu no primeiro pau após cruzamento da direita executado por Koke e cabeceou para o fundo das redes, marcando o segundo gol do Atlético.

Na segunda etapa da prorrogação, quem apareceu de maneira fundamental para ajudar o Atlético foi o goleiro Courtois. Logo aos 4 minutos, bola invertida por Di María a partir da esquerda, Özil apareceu sozinho e fuzilou, mas o goleiro belga foi bem e fez ótima defesa.

Aos 9 minutos do segundo tempo, a “panela de pressão” explodiu definitivamente, quando Cristiano Ronaldo cometeu falta em Gabi, e recebeu segundo cartão amarelo, sendo expulso. A partir daí, começou uma confusão generalizada, envolvendo jogadores e comissão técnica das duas equipes.

Depois de os ânimos serem acalmados, o jogo virou um ataque contra defesa, mas o Real não conseguiu criar boas oportunidades de gol. O meia Gabi, do Atlético, ainda foi expulso. Depois disso, foi só esperar o apito final de Clos Gómez, para que os Colchoneros pudessem, enfim, comemorar a esperada vitória e o título da Copa do Rei.


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Brasileiros decidem, Atlético bate Real, quebra jejuns e fatura Copa do Rei