Roberto Rivellino, ídolo do Corinthians, do Fluminense, campeão da Copa do Mundo de 1970 e camisa 10 do Brasil nos dois Mundiais seguintes (74 e 78 – em 70, Pelé era o dono do icônico número). O Canhotinha de Ouro, como é conhecido, confessou ao Virgula Esporte o maior conselho que pode dar ao atual 10 do selecionado: Neymar.

“É jogar o futebol dele. Ele jogando o futebol dele, é fantástico. É um jogador diferenciado, sem dúvida alguma. A gente precisa de alguém do lado dele, de alguém pra ajudar”, opinou.

O “alguém pra ajudar” tem como base a ideia de Rivellino de que o time não está bem servido de jogadores que jogam realmente como um 10, articulador, que distribui o jogo e arma boas jogadas para os companheiros. Segundo o tricampeão mundial, o próprio fato do atacante do Barcelona usar a famigerada camisa evidencia a carência.

“Ele não é 10, aí que tá. É o único jogador que vai fazer a diferença. Se ele está bem, é o jogador que você espera que faça uma jogada diferente. É ele que faz. Somente ele, porque os outros…”, disse.

Para ele, amante do futebol clássico, a função poderia estar sendo ocupada por Paulo Henrique Ganso, do São Paulo. Apesar da boa fase do camisa 8 tricolor, para Riva, ele tem que mostrar mais se quiser ainda pleitear uma vaga no time de Luiz Felipe Scolari.

“Se tivesse melhor, sem dúvida. É o 10. Acho que todo brasileiro espera. Se ele voltar a jogar seu grande futebol, realmente é um jogador que faz a diferença”, respondeu o Bigode.

Depois, o bate-papo deu chance ao ex-jogador expor opiniões sobre outros assuntos. Um dos principais foi o atual momento Corinthians, clube que teve grande identificação quando o defendeu entre 1965 e 1974. Veja abaixo:

Diego Costa na seleção espanhola

Único lugar que ele foi e é valorizado realmente, é na Espanha. Ele fez o correto. Nada contra o profissional. Há a possibilidade. Acho que ele está corretíssimo. Agora, por que não convocaram ele na Copa das Confederações? Por que deixaram de fora? Só agora porque não tem ninguém e ele tá fazendo gol? Só agora que acharam? Nada contra o Diego Costa. Mas se o Brasil ficar dependendo do Diego Costa, aí é melhor a gente fechar as portas.

Cristiano Ronaldo

Eu acho que o Cristiano Ronaldo vai ser o melhor do mundo. O momento que ele passa, o futebol que está jogando, os gols que está fazendo. Ele tem essa facilidade de fazer gol, uma facilidade enorme de bater com a perna direita, com a perna esquerda, velocidade. É um jogador fantástico, sempre foi. Mas hoje, realmente, se você for analisar, ele atravessa um de seus melhores momentos.

Messi “não tão bom” em 2013

O Messi é o melhor do mundo. Mas no final do ano pode ser o Cristiano Ronaldo. Pra mim, acredito no CR7. Tiveram esses problemas com o Messi de contusões, ele não vem jogando. Pelo futebol que o Cristiano vem jogando, acredito que ele é o melhor do mundo.

Saída de Tite no Corinthians

Fiquei triste. Sinceramente. Infelizmente, isso é da cultura do nosso futebol. É o maior treinador da história do Corinthians. Hoje, o maior treinador do futebol brasileiro. Pena que as coisas não acontecem. É uma pessoa que eu tenho respeito, carinho, e ele vai ser feliz em qualquer outro lugar, se Deus quiser.

Mano Menezes substituindo Tite

Não sei se é o Mano, né. Claro que é um grande treinador. Simplesmente não foi feliz na Seleção, não conseguiu fazer um bom trabalho e não fez um bom trabalho no Flamengo. Mas hoje o ciclo vicioso existe no futebol, em termos de treinador na roda-viva. Vai um daqui, outro vai pra lá. E os mesmos sempre rodam. E tomara a Deus que ele faça um grande trabalho se for o treinador do Corinthians. Nada contra.

Alexandre Pato tem perfil do Corinthians?

Não. Perfil não tem. Infelizmente não tem, principalmente pela característica de jogo. Não pode tirar a qualidade, mas a torcida do Corinthians espera sempre mais. É sempre mais um carrinho, uma bola dividida. Quando as coisas vão bem, o corintiano vai levando. Mas quando não, começa a existir essa cobrança.


int(1)

Camisa 10 em duas Copas, Rivellino manda recado a Neymar: ‘Tem que jogar o futebol dele’