Garantido na Copa do Mundo com o terceiro lugar das Eliminatórias sul-americanas e invicto desde março, o Chile se mostrou um adversário à altura para o Brasil encerrar o um ano vitorioso, mas a equipe de Luiz Felipe Scolari conseguiu ser melhor e venceu amistoso disputado nessa terça-feira (19) em Toronto, no Canadá por 2 a 1.

A exibição não foi perfeita, mas com mais momentos de alta que de baixa, a seleção brasileira impôs sua técnica, superando um adversário forte e o mau estado do gramado do estádio Rogers Centre. Hulk abriu o placar, Eduardo Vargas, atacante do Grêmio, empatou, e Robinho fez o gol decisivo.

Se o ano começou com dúvidas com a mudança no comando técnico da seleção, termina com um triunfo e com grandes resultados no histórico, o principal deles o título da Copa das Confederações.

Além disso, Scolari tem o grupo de jogadores para a Copa do Mundo em casa praticamente definido. A última oportunidade para sanar as dúvidas será em 5 de março, em amistoso contra a África do Sul em Johanesburgo.

Com fama de “freguês”, o Chile tinha no retrospecto uma sequência de dez partidas sem perder, que incluía um 2 a 2 com o Brasil em amistoso disputado em abril, no Mineirão, além de um empate com a Espanha e uma vitória sobre a Inglaterra, no último sábado (16). E até foi bem, mas não conseguiu repetir o resultado.

Ao contrário do que aconteceu na goleada sobre Honduras, no último domingo (17), Felipão optou por escalar o time mais próximo possível do ideal, sem fazer muitos testes. Julio César, Thiago Silva e Hulk, que não começaram jogando contra a seleção da América Central, foram titulares contra o Chile.

No adversário, o técnico Jorge Sampaoli teve desfalques importantes, o principal deles o meio-campista Arturo Vidal, da Juventus. Para piorar, o argentino perdeu dois jogadores ainda no primeiro tempo por lesão, o volante José Fuenzalida e o meia Marcelo Díaz. Quem se deu bem com isso foi o meia Jorge Valdivia, do Palmeiras, que ganhou uma oportunidade, mas também se machucou e saiu no decorrer da etapa final.

Além do Mago, Sampaoli escalou outros três velhos conhecidos da torcida brasileira, o lateral Eugenio Mena, do Santos, e o zagueiro Marcos González, do Flamengo, e o atacante Eduardo Vargas, do Grêmio.

Impondo um ritmo forte, o Brasil levou perigo logo aos quatro minutos de jogo. Neymar acelerou pela meia direita e chutou cruzado rasteiro, mandando para fora.

O time de Felipão entrou em campo bastante ligado, e qualquer erro do Chile poderia ser fatal. E realmente foi. Aos 13 minutos, a defesa saiu jogando errado, Oscar recebeu um presente na meia direita e esticou para Hulk. Dentro da área, o atacante dominou e superou o goleiro com um chute forte e rasteiro.

Àquela altura, a seleção brasileira dava a impressão de que abriria boa vantagem no placar rapidamente. Dois minutos depois do gol, Oscar fez o chuveirinho e, depois de corte parcial, emendou de primeira. A bola desviou e saiu em escanteio.

Na sequência, porém, o Brasil diminuiu o ritmo, e o Chile esboçou uma pressão. No entanto, o máximo que os comandados de Sampaoli conseguiram foram dois chutes de longe mal executados, com Valdivia, aos 31, e Beausejour, aos 33 minutos.

A resposta brasileira foi dada três minutos depois, em bela jogada individual de Neymar, mas que não foi bem finalizada. O camisa 10 foi acionado na esquerda, encarou a marcação e levou ao fundo. Na hora de cruzar, no entanto, ele tentou de letra e parou em González.

A segunda etapa começou como a primeira, com um sufoco – ainda maior – da seleção. Aos quatro minutos, Hulk carimbou a defesa, Maxwell aproveitou a sobra e cruzou rasteiro. A zaga afastou na pequena área.

A partir dos dez minutos, com Robinho no lugar de Jô, teve início uma sequência de ataques do Brasil em que a bola não entrou por muito pouco. Primeiro foi o próprio atacante do Milan que foi lançado por Neymar e não conseguiu tirar do goleiro Bravo.

Um minuto depois, Hulk aproveitou mais um erro do sistema defensivo adversário, encheu o pé e acertou a junção da trave com o travessão. Logo em seguida, Neymar encontrou Paulinho na área, e o volante bateu forte. Bravo rebateu para o meio, entregando no pé de Oscar, que, contudo, não pegou bem na bola.

Scolari então começou a fazer experiências e, como é normal, a equipe demorou a se entrosar, mesmo continuando com maior posse de bola. Aos 21, Robinho colocou Neymar para correr, o jogador do Barcelona invadiu a área e não conseguiu bater.

O Chile pouco incomodava, mas foi certeiro em uma das poucas oportunidades que teve para empatar. Beausejour escorou de cabeça após chutão do goleiro, Vargas ajeitou e, de fora da área, acertou um lindo chute no canto direito de Julio César, que nem se mexeu, aos 25 minutos.

Morno até então, o amistoso esquentou após o empate, com as duas seleções se abrindo em busca da vitória. O Brasil criava mais, e, aos 27, Robinho até balançou a rede, mas a arbitragem invalidou o lance marcando impedimento. Um minuto depois, Neymar deu dois lençóis no goleiro na esquerda da área, mas finalizou em cima do próprio camisa 1.

A insistência dos brasileiros foi premiada aos 33 minutos. Robinho, que contra Honduras voltou à seleção após dois anos e briga por uma vaga na Copa, “fez o filme” com Felipão. Neymar abriu para a ponta, Maicon levantou na medida e o atacante de dois Mundiais no currículo cabeceou para o gol.

A partida continuou quente, e o Brasil era cada vez mais veloz com as substituições. Porém, na melhor oportunidade para ampliar, surgida aos 37 em contra-ataque rápido, Neymar bateu rasteiro e Bravo salvou com o pé.


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Chile faz jogo duro, mas Brasil encerra ano com vitória em amistoso