Rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro pela segunda vez em sua história no ano passado, o Palmeiras viveu o sonho de apagar a má impressão obtendo sucesso na Taça Libertadores, mas terá que voltar a sua triste realidade a partir desta terça-feira após ter perdido por 2 a 1 para o Tijuana e sido eliminado do torneio continental.

O bom resultado obtido pelo Alviverde no jogo de ida das oitavas de final, em que houve um empate sem gols, há duas semanas, caiu por terra ainda no primeiro tempo no Pacaembu, quando Bruno levou um frango clássico em chute fraco de Riascos. Arce ampliou a vantagem dos mexicanos no começo da segunda etapa, e Souza, de pênalti, descontou para a equipe paulista.

Na próxima fase, o campeão do Torneio Clausura mexicano terá pela frente o Atlético-MG, grande sensação e equipe de melhor campanha na Libertadores até agora. Já o Palmeiras terá 11 dias sem entrar em campo até a estreia na segunda divisão, que acontecerá no estádio Novelli Júnior, em Itu. O adversário será o Atlético-GO.

Fundado em 2007, o Tijuana faz história ao se colocar entre os oito melhores do torneio continental já em sua estreia, assim como o Real Garcilaso, do Peru, que na semana passada derrubou o Nacional-URU.

A lista de desfalques do Verdão foi grande. O goleiro Fernando Prass, o zagueiro Vilson e os meias Valdivia e Patrick Vieira estão entregues ao departamento médico, enquanto o volante Lego Gago e o atacante Leandro não puderam ser inscritos. Já o meia-atacante Ronny foi liberado para resolver problemas particulares.

No Tijuana, a única mudança feita pelo técnico Antonio Mohamed em relação ao jogo de ida aconteceu na lateral-direita. Com problemas físicos, Juan Núñez deu lugar a Richard Ruíz.
O jogo começou em ritmo lento, já que a equipe visitante se mostrava cautelosa, enquanto o nervosismo atrapalhava as ações dos donos da casa. A primeira grande ação ofensiva do Alviverde aconteceu aos dez minutos, quando Vinícius passou por Gandolfi na ponta esquerda e mandou para a área. Kleber passou da bola e por pouco não concluiu em gol.

O lance até animou o Palmeiras, que esboçou uma pressão, mas de maneira desorganizada. Depois de várias investidas infrutíferas, Ayrton esteve muito perto de abrir o placar na bola parada, aos 24, mas a cobrança de falta carimbou o travessão.

Mesmo sem jogar bem, a equipe paulista tinha o duelo sob controle, mas sofreu um gol em uma falha bisonha de Bruno, aos 26 minutos. Henrique foi desarmado por Martínez, que adiantou para Riascos. O meia-atacante bateu da entrada da área sem muita força, mas o goleiro aceitou e viu a bola entrar mansamente.

A desvantagem no placar desestabilizou ainda mais o Palmeiras, que esbarrava nos próprios erros, inclusive de posicionamento. Quatro ataques dos donos da casa foram interrompidos pela marcação de impedimento apenas do gol até o intervalo.

Numa das poucas vezes em que o Alviverde trocou passes com eficiência, aos 38, Kleber fez o pivô e rolou para Wesley, que acertou o marcador. Já nos acréscimos, aos 49, Ayrton cobrou falta de muito longe e quase surpreendeu Saucedo, que, adiantado, teve que se esticar todo para afastar.

Gilson Kleina substituiu Wesley por Souza no intervalo, mas nem houve muito tempo para ver se a troca deu certo, já que logo aos seis minutos o Tijuana marcou o segundo gol. Após a falta da intermediária, Henrique afastou mal de cabeça, para a meia-lua, Arce emendou de primeira em uma linda finalização e acertou o canto esquerdo.

Kleina então mandou Maikon Leite a campo, sacando Charles. Aos nove, o atacante acelerou pela direita e cruzou na segunda trave até Souza, que cabeceou na rede, mas pelo lado de fora.

Sem se entregar, o Palmeiras conseguiu um gol importante, aos 15 minutos, surgido de um lance polêmico. Aguilar tocou a mão na bola sem querer, e o árbitro marcou pênalti. Souza bateu com categoria no meio do gol, tirando de Saucedo, e diminuiu.

Se a penalidade foi marcada de maneira duvidosa, o gol que seria o do empate, ocorrido aos 22, também foi anulado de forma controversa. Kleber aproveitou cruzamento da esquerda e cabeceou no canto, mas o lance foi invalidado por impedimento do centroavante.

A partir dos 25, a partida se tornou praticamente um ataque contra defesa, e as chances para empatar foram sendo criadas. Aos 30 minutos, Kleber dividiu na pequena área e ganhou o escanteio. Após o levantamento, Maurício Ramos cabeceou por cima.

Quase sem passar da linha que divide o gramado, o Tijuana quase marcou o terceiro aos 36 minutos. Riascos saiu livre na cara de Bruno, deixou o goleiro sentado e arrematou para que Maurício Ramos salvasse em cima da linha.

O Palmeiras ainda teve cerca de dez minutos de superioridade numérica, já que Aguilar foi expulso. Contudo, o máximo que a equipe conseguiu foi uma boa cabeçada de Souza, impedido, mas que ainda assim foi defendida pelo goleiro, aos 47.

Ficha técnica:

Palmeiras: Bruno; Ayrton, Maurício Ramos, Henrique e Marcelo Oliveira (Juninho); Márcio Araújo, Charles (Maikon Leite), Wesley (Souza) e Tiago Real; Vinícius e Kleber. Técnico: Gilson Kleina.

Tijuana: Saucedo; Ruíz, Aguilar, Gandolfi (Ortiz) e Castillo; Pellerano, Arce, Corona (Madueña) e Riascos; Fidel Martínez (Tahuilán) e Nuñez. Técnico: Antonio Mohamed.

Árbitro: Juan Soto (Venezuela), auxliado por seus compatriotas Jorge Urrego e Carlos López.

Cartões amarelos: Tiago Real, Charles, Kleber, Vinícius e Henrique (Palmeiras); Castillo, Aguilar, Ruíz, Nuñez, Riascos e Arce (Tijuana).

Cartão vermelho: Aguilar (Tijuana).

Gols: Souza (Palmeiras); Riascos e Arce (Tijuana).

Estádio do Pacaembu, em São Paulo.


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Com falha de Bruno, Palmeiras perde em casa para o Tijuana e está fora da Libertadores