Ex-time de Didier Drogba, Nicolas Anelka, que já teve Sebastião Lazaroni e Muricy Ramalho como técnicos, o Shanghai Shenhua dá nova demonstração de sua grave crise financeira com o pedido de mudança de sede para Kunming, na província de Yunnan, distante 2 mil quilômetros de sua “casa” atual.

A mudança foi solicitada por uma empresa que se propôs a fazer o resgate financeiro do Shenhua. Com problemas devido aos conflitos internos entre acionistas, o clube receberia 30 milhões de iuanes (R$ 11,4 milhões).

Por causa da crise financeira, na temporada passada o clube perdeu justamente suas maiores estrelas, Drogba e Anelka. Hoje, o atleta mais conhecido, do oitavo colocado da última edição do Campeonato Chinês, é o zagueiro argentino Rolando Schiavi, ex-Boca Juniors.

Autoridades locais afirmaram o desejo de que o clube possa solucionar os problemas financeiros sem deixar a cidade. Antes, o órgão negou a primeira solicitação de mudança de sede feita pelo Shenhua, por não terem sido cumpridos os trâmites burocráticos necessários.

“O Escritório de Esportes espera que o clube possa ficar em Xangai, o que é também o desejo da torcida, que o esteve seguindo fielmente desde sua fundação, em 1994”, disse nesta terça-feira Li Yuyi, diretor do órgão, ao jornal Shanghai Daily.

O representante do Escritório, ainda revelou que a maioria das pessoas ligadas ao clube não desejam a transferência de sede, e cobrou que os acionistas “trabalhem juntos para resolver os problemas financeiros”.

O Shenhua, que mantém parceria com o Atlético de Madrid desde 2009, conta na atualidade com seis investidores, cinco deles estatais. O maior acionista, no entanto, é privado, o magnata Zhu Jun, presidente do portal The9.com, especializado em jogos.

O empresário controla 28,5% das ações, e cobra uma participação maior, alegando que injetou grandes quantias no clube. Em 2007, Jun fez acordo com os outros acionistas ao investir 150 milhões de iuanes (na época, cerca de R$ 44 milhões), em troca de aumentar suas ações para 70%, o que não foi cumprido.

Por conta da quebra do acordo, o magnata resolveu cortar seu investimento no ano passado, o que abriu profundas feridas no clube.

De qualquer forma, segundo o Escritório de Esportes, o Shenhua só poderá mudar de cidade caso os seis acionistas aprovem unanimemente a mudança, e que seja demonstrado que todas as dívidas com a cidade de Xangai foram quitadas.

Nos próximos dias, ainda como Shanghai Shenhua, a equipe embarca para a Espanha, onde disputará o XXIX Torneio Internacional de Maspalomas, nas Ilhas Canárias, com PSV Eindhoven, Augsburg, da Alemanha, e Lokomotiv Plovdiv, da Bulgária.


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Em crise, ex-time de Drogba na China pode mudar de sede em troca de dinheiro