Futebol Feminino


Créditos: gabriel quintão

Maurine, Cristiane, Rosana. Essas três fazem parte da seleção principal de futebol do Brasil, mas têm dificuldades para jogar aqui no país. Prova disso é que elas, ao lado de algumas outras atletas do time brasileiro, disputam a pouco badalada Copa Mulher de Futebol, torneio que tem sua fase final disputada no clube Pequeninos do Jockey, no Jardim Colombo, Zona Sul de São Paulo.

Apesar de ter o apoio da Secretaria de Esporte e Lazer da cidade de São Paulo, o torneio, organizado pela Liga Paulista de Futebol Feminino (LPFF), sente a falta de recursos. Prova disso é o campo em que é disputada a fase final do torneio, que não possui nem as medidas oficias da Fifa, além de ter pouca divulgação e as arquibancadas vazias, nem cem torcedores acompanharam as semifinais.

A falta de empresas privadas dispostas a investir dinheiro em torneios de futebol feminino é uma das principais reinvindicações de Bolão, presidente da entidade.

“Falta, como sempre, o apoio, o patrocinador, a iniciativa privada. Para se ter ideia, a Liga entrou com um projeto de Lei de Incentivo, que tira meninas da rua, e não apareceu uma empresa para captar recurso. Elas preferem dar dinheiro para o governo ao invés de incentivar o futebol feminino”, disse.

Apesar disso e de contar com 90% de atletas que não têm o futebol como profissão, pois precisam de um sustento, o dirigente consegue destacar algumas revelações do torneio e já vê suas “meninas” nas Olimpíadas de 2016.

“Tem a Pepe, do São Caetano, que é uma jogadora muito rápida, muito habilidosa. Ela pode ser uma jogadora sem dúvida da seleção, mas temos outras também que merecem ser destacadas”, completou.

Mas, apesar de todas as dificuldades, quando o assunto é arbitragem, os organizadores da competição comemoram por contar com nomes badalados no apito. Rodrigo Braghetto, que figura entre os principais nomes do Brasileirão, foi um dos responsáveis por comandar as semifinais e comemorou por trabalhar em uma partida com a “essência do futebol”.

“É diferente do masculino. Primeiro, de fato, elas jogam bola, não tem malícia de jogador masculino, de se jogar, de pedir falta. O jogo é gostoso de se apitar, porque é o futebol na essência”, disse ao relembrar um caso inusitado que viveu.

“Uma vez, eu estava apitando e errei uma falta, uma menina veio em minha direção e pensei que ela fosse me xingar. Mas, ela chegou e falou: ‘professor, o senhor errou, mas está bom’”, completou.

A final do torneio será disputada no próximo dia 11 entre Centro Olímpico e São José. Os times eliminaram o Santo André e o XV de Piracicaba, respectivamente, nas semifinais. O local do duelo será novamente o Pequeninos do Jockey e a partida começará às 15 horas.


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Jogadoras da seleção brasileira se reúnem em torneio com campo pequeno e sem público