Entre os estados de Rio de Janeiro e São Paulo, numa área de quase 105 mil hectares, há um verdadeiro paraíso para turistas radicais de plantão: o Parque Nacional da Serra da Bocaina, um pedaço de Mata Atlântica da Serra do Mar, tem rios e cachoeiras que convidam à prática de um esporte em particular – o rafting. Estendendo-se por seis cidades (São José do Barreiro, Areias, Cunha e Ubatuba, em São Paulo, Paraty e Angra dos Reis, no Rio), possui montanhas – o pico mais alto, chamado de Pico do Tira o Chapéu, está 2.088 metros acima do nível do mar – que compõem cenários onde as cachoeiras são os principais atrativos para as canoas dos aventureiros. No Caminho de Mambucaba, conhecido como Trilha do Ouro, originado no percurso aberto por índios e escravos no século XVII, há quedas d’água no rio de mesmo nome que fazem qualquer um perder o fôlego.

A trilha de 50 quilômetros começa em São José do Barreiro e termina em Paraty, mas só pode ser percorrida com autorização da administração do Parque, a cargo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e o limite máximo de visitantes diários é de 80 pessoas. Leva-se três dias, em média, para se completar toda a trilha. No caminho, com sorte, pode-se ver animais como a preguiça-de-coleira, saguis, macacos-prego, gavião pega-macaco, gavião-de-penacho e aves de várias espécies, suçuaranas e até onças-pintadas. Na Mata Atlântica, a vegetação na Bocaina oferece muricis, palmeiras, embaúbas, baguaçus, canelas, cedros, pinheiros, araucárias, além de bromélias e orquídeas de vários tipos. Há inclusive praias dentro do Parque, como as de Caixa D’Aço (ou Caixadaço), Praia do Meio e a Ilha do Tesouro, na área de Trindade, em Paraty. 

Para fazer o rafting, há saídas oferecidas por empresas de turismo a partir de Mambucaba, distrito de Angra, e o passeio percorre dez quilômetros, 27 corredeiras longas e contínuas e cinco quedas – mas não é preciso se preocupar: há também cinco remansos no percurso para o praticante descansar um pouco antes de uma nova descarga de adrenalina. O clima na região é confortável, super úmido, com temperatura média de 23⁰ C. No caminho, que leva cerca de duas horas, ruínas de uma antiga fazenda também podem ser visitadas. A região, por fazer a interligação entre o litoral do Rio de Janeiro e o Vale do Paraíba, em São Paulo, foi utilizada para escoamento do ouro e diamante, cana-de-açúcar e, mais tarde, do café. Até hoje possui calçamentos feitos por escravos, por onde passavam os carregamentos.

Criado em 1971, o Parque possui ainda inúmeras outras trilhas e construções antigas. A Pharmacia Popular, em Bananal, erguida em 1830, preserva o mobiliário original e segue em funcionamento – por isso, é considerada a mais antiga do país ainda de pé.

Confira algumas agências que oferecem o passeio de rafting na região:

http://www.paratytours.com.br

http://www.tuaregrafting.com.br/exponent/

http://www.ativaraftingparatyangra.com

 


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Parque Nacional da Serra da Bocaina atrai aventureiros graças ao relevo ideal para prática do rafting