Segundo clube mais antigo em atividade do Brasil entre os fundados para a prática do futebol e sem títulos de expressão em seus 113 anos de história, a Ponte Preta se classificou nesta quarta-feira (27) para a final da Copa Sul-Americana, a primeira competição internacional de que participa, ao empatar com o São Paulo em 1 a 1.

Exercendo seu mando de campo em Mogi Mirim, a 60 quilômetros de Campinas, a Ponte não se limitou a administrar a vantagem de ter levado a melhor na partida de ida, no Morumbi, por 3 a 1, e voltou a superar o tricampeão da Taça Libertadores. O gol que garantiu a vaga foi marcado por Leonardo, pouco antes do intervalo. Luis Fabiano ainda igualou, mas o gol do experiente centroavante de nada serviu.

A Macaca espera agora a definição da outra semifinal, que acontecerá nesta quinta, na Argentina. No primeiro duelo, o Lanús venceu o Libertad por 2 a 1 em Assunção.

Além de ser a primeira final internacional da história da equipe campineira, o confronto com paraguaios ou argentinos será apenas a quinta decisão do clube em primeira divisão, depois de quatro derrotas em Campeonatos Paulistas.

Havia duas dúvidas na escalação da Ponte. No gol, Roberto se recuperou de lesão e pôde jogar; no ataque, embora seja o artilheiro do time no ano, William ficou no banco, levando a pior na disputa com Leonardo.

Já o Tricolor teve apenas uma troca em relação à ida, a entrada de Douglas no meio-campo em lugar de Lucas Evangelista. Em baixa na temporada, Luis Fabiano começou entre os reservas, e o ataque foi formado por Ademílson e Aloísio.

O jogo aconteceu no estádio Romildo Vitor Gomes Ferreira, o Romildão, que tem capacidade para mais 20 mil pessoas, como manda o regulamento da Conmebol. Até o último instante, sem ter sucesso, a diretoria da Macaca tentou autorização para jogar no Moisés Lucarelli, que chegou a ser liberado pelos Bombeiros para receber esse público.

Precisando de pelo menos dois gols para ir à final, o São Paulo teve chance na bola parada logo aos três minutos de partida. Rogério Ceni cobrou falta por baixo e parou na barreira. Na sobra, Maicon pegou mal e isolou.

Aos dez minutos, Rogério trabalhou pela primeira vez em sua função “original”. Também cobrando falta, Fellipe Bastos levantou, Artur apareceu livre e cabeceou para boa defesa do camisa 1.

O lance foi isolado, já que era o Tricolor quem mantinha a bola nos pés e atacava. Aos 15, Ademílson deu um lindo drible em Baraka e chutou por baixo, à direita do alvo. Quem também mandou uma à direita foi Douglas, que aproveitou cruzamento de Maicon e tentou de cabeça, aos 24 minutos.

A Macaca ficava pouco com a bola e não conseguia finalizar, enquanto o São Paulo tentava sufocar. Aos 31, Reinaldo fez boa jogada individual e cruzou buscando Aloísio. Roberto saiu do gol e tirou praticamente da cabeça do atacante. Em seguida, aos 35, Douglas cobrou falta, Rodrigo Caio cabeceou da linha da pequena área e o arqueiro pegou mais uma.

O momento era amplamente favorável à equipe da capital, mas foi a do interior que fez 1 a 0, aos 42 minutos. Rildo foi lançado na ponta esquerda, dominou no peito e cruzou. Rodrigo Caio afastou parcialmente, mas entregou para Leonardo, que tentou duas vezes. A primeira parou na defesa, mas a segunda morreu no fundo do gol.

A segunda etapa passava da maneira que a equipe mandante gostaria, sem grandes emoções. A primeira finalização mais perigosa aconteceu apenas aos 13 minutos, quando Ademílson arrancou pelo meio e soltou a bomba, encobrindo a meta.

Com a pouca efetividade do Tricolor, principalmente no ataque, Muricy Ramalho sacou o lateral Paulo Miranda e o atacante Adamílson para mandar Luis Fabiano e Welliton a campo.

A medida, no entanto, de pouco adiantou. Roberto pouco trabalhava, e a Macaca ainda dava trabalho no contra-ataque. Após boa troca de passes, aos 30 minutos, Rildo chutou em cima de Maicon. Um minuto depois, Magal cruzou na medida para Adaílton, que cabeceou mirando o canto, mas errou por centímetros.

Na parte final da partida, enfim, o Tricolor sufocou. Aos 35, Welliton encheu o pé e Roberto operou um milagre. Três minutos depois, porém, o goleiro não conseguiu salvar. Reinaldo bateu por baixo, Diego Sacoman cortou mal e Luis Fabiano aproveitou, igualando o placar.

A reação, contudo, parou por aí. O tricampeão da América sequer se aproximou de um segundo gol e ainda esteve perto de ser derrotado novamente. Aos 45, Fellipe Bastos cobrou falta com força, e a bola passou perigosamente por cima.

Ficha técnica:

Ponte Preta: Roberto; Artur, César, Diego Sacoman e Uendel (Chiquinho); Baraka, Fernando Bob, Fellipe Bastos e Elias (Adaílton); Rildo e Leonardo (Magal). Técnico: Jorginho.

São Paulo: Rogério Ceni; Paulo Miranda (Luís Fabiano), Antonio Carlos, Rodrigo Caio e Reinaldo; Denílson (Wellington), Maicon, Douglas e Paulo Henrique Ganso; Ademílson (Welliton) e Aloísio. Técnico: Muricy Ramalho.

Árbitro: Carlos Vera (Equador), auxiliado pelos compatriotas Christian Lescano e Byron Romero.

Cartões amarelos: Diego Sacoman (Ponte Preta); Antonio Carlos e Douglas (São Paulo).

Gols: Leonardo (Ponte Preta); Luís Fabiano (São Paulo).

Estádio: Romildão, em Mogi Mirim.


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Ponte Preta empata com São Paulo e se classifica para final histórica