O São Paulo que tinha situação desconfortável na Taça Libertadores, vive agora um momento desesperador, com a derrota sofrida nesta quinta-feira para o The Strongest, por 2 a 1, que deixa a equipe paulista dependendo de uma combinação de resultados para se classificar no grupo 3 do torneio.

No estádio Hernando Siles, o time boliviano, aproveitou o ar rarefeito da altitude de mais de 3.600 metros de La Paz, e marcou com dois chutes de longa distância, com Nelvin Soliz, no primeiro tempo, e Ernesto Cristaldo, no segundo. Rogério Ceni, de pênalti, no fim da etapa inicial, fez para o Tricolor.

Com o resultado, o São Paulo cai da segunda para a terceira posição da chave, com quatro pontos. O The Strongest, que estaria eliminado se perdesse, sobe do quarto posto para a vice-liderança, com seis pontos.

O primeiro lugar já está garantindo para o Atlético Mineiro, com 15. O último é do Arsenal de Sarandí, que tem quatro pontos e ainda respira na competição.

A última rodada da chave será disputada daqui duas semanas, no dia 17. São Paulo e Atlético duelam no Morumbi, e a equipe brasileira precisa vencer e torcer para que o The Strongest não ganhe do Arsenal, na Argentina.

Além disso, o time brasileiro ainda precisa que a equipe de Sarandí, caso vença, não desconte diferença de quatro gols de saldo que as separam.

Para piorar a situação da equipe paulista, um dos principais jogadores do elenco, Jadson, recebeu o terceiro cartão amarelo na competição, por um empurrão em um dos gandulas do estádio da capital boliviana, e está suspenso.

Para a partida, se Ney Franco não tinha os experientes Lúcio e Luís Fabiano, pode contar com Rogério Ceni, que se recuperou de uma lesão no pé direito e foi confirmado para o jogo.

Sem um centroavante fixo, o técnico apostou em um meio-campo de boa qualidade para garantir a posse de bola, com Maicon, Jadson e Ganso, e na velocidade de Osvaldo e Aloísio no setor ofensivo.

Com a bola rolando, o time da casa mostrou que estava disposto a colocar o São Paulo “para correr”, buscando cansar o time brasileiro. Logo no minuto inicial, Pablo Escobar teve a primeira boa chance, finalizando para fora, à direita de Rogério Ceni.

O Tricolor respondeu logo, aos 4 minutos, com o sempre perigoso Osvaldo, que arrancou pela esquerda, se livrou da marcação e soltou uma bomba de perna direita. O goleiro Vaca, no entanto, apareceu bem e fez grande defesa.

O jogo seguiu aberto, com as duas equipes se alternando no ataque. Aos 14 minutos, os donos da casa conseguiram abrir ao placar, com Soliz, que fez juz ao nome de sua equipe e acertou um forte chute de fora da área, em que a bola encobriu Rogério Ceni, morrendo no fundo das redes do São Paulo.

O gol fez o The Strongest dar impressão que tomaria conta do jogo, mas a equipe brasileira logo partiu para cima com mais vontade para tentar o empate, iniciando assim uma grande pressão que durou até o fim da etapa inicial.

Assim, aos 22, Ganso serviu Osvaldo, que parou novamente na defesa de Vaca. Três minutos depois, o atacante levou perigo de novo, dessa vez em um cruzamento que virou chute, surpreendeu o goleiro e bateu na trave.

O massacre prosseguia, mas a bola teimava em não entrar. Aos 32, em boa trama ofensiva são-paulina, Osvaldo deu passe açucarado para Aloísio, que ficou cara a cara com o goleiro boliviano, mas acabou chutando forte demais, por cima do gol do The Strongest.

Após o relógio apontar 40 minutos, Osvaldo e Paulo Miranda tiveram boas chances que não conseguiram converter em gol. Aos 43, a história começou a mudar, com Aloísio sendo derrubado na área por Cristaldo. A cobrança ficou a cargo do capitão Rogério Ceni, que esbanjou categoria, colocando a bola à esquerda de Vaca.

Logo depois do gol, o técnico Ney Franco acabou sendo obrigado a fazer sua primeira alteração, tirando Maicon, que saiu por estar passando mal, devido os efeitos da altitude de La Paz. No lugar do meia, o comandante tricolor apostou em Wellington.

O intervalo do jogo não teve como consequência na segunda etapa a diminuição do ritmo tricolor. Tanto é que a primeira chance, logo no minuto inicial, veio com Aloísio, que fez boa jogada individual, mas bateu fraco, para a defesa de Vaca. O The Strongest até tentou ameaçar, finalizando de longe, mas sem provocar grandes sustos.

Quem assustou mesmo foi Paulo Henrique Ganso, que aos 17 minutos pegou sobra de bola, em jogada iniciada por Aloísio, e finalizou livre da entrada área, por cima do gol. Logo em seguida, o São Paulo teve sua segunda alteração, quando o “amarelado” Paulo Miranda deixou o campo para dar lugar a Rodrigo Caio.

Aí, aos 20 minutos do segundo tempo, a altitude aprontou mais uma das suas. O meia Cristaldo recebeu uma bola na intermediária e livre de marcação arriscou um chute de longe. A bola pegou velocidade, Rogério Ceni só conseguiu dar leve toque e não impediu o segundo gol do The Strongest.

Com a vida se complicando na Libertadores, o São Paulo voltou a tentar pressionar, mas mostrava dificuldades, já que o adversário se mostrava mais inteiro fisicamente. Aos 35, Ney Franco deu sua última cartada colocando o atacante Wallyson no lugar do volante Denílson.

Logo depois, Aloísio teve outra boa chance de marcar, ao receber cruzamento de Osvaldo, e cabecear para a boa defesa de Vaca. Se o time brasileiro não conseguia encontrar o caminho das redes, o boliviano tocava a bola para fazer o tempo passar.

Aos 42, em contra-ataque fulminante, Escobar ficou cara a cara com Rogério Ceni, e sem qualquer marcação, finalizou para fora, à direita do gol do São Paulo, no lance que foi a última grande chance duelo, que acabou com festa da torcida do The Strongest, que agora sonha com a classificação para às oitavas de final.

Ficha técnica:

The Strongest: Daniel Vaca; Diego Bejarano, Roy Smith, Marcos Barreira e Daniel Chávez; Alejandro Chumacero, Wálter Veizaga, Nelvin Soliz (Kenny Cunningham) e Ernesto Cristaldo; Pablo Escobar e Harold Reina (Marco Paz). Técnico: Eduardo Villegas.

São Paulo: Rogério Ceni; Paulo Miranda (Rodrigo Caio), Rafael Tolói, Edson Silva e Thiago Carleto; Denílson (Wallyson), Maicon (Wellington), Jádson e Paulo Henrique Ganso; Osvaldo e Aloísio. Técnico: Ney Franco.

Árbitro: Víctor Carrillo (Peru), auxiliado por seus compatriotas Jonny Bossio e Cesar Escano.

Gols: Soliz, Cristaldo (The Strongest); e Rogério Ceni (São Paulo).
Cartões amarelos: Bejarano, Brown (The Strongest); Denílson, Paulo Miranda, Jadson e Ganso (São Paulo).

Estádio: Hernando Siles, em La Paz (Bolívia).


int(1)

São Paulo perde muitos gols, cai na altitude e se complica na Libertadores