A despesa média dos torcedores do Real Madrid e do Atlético de Madrid que irão ao Estádio da Luz, em Lisboa, para assistir à final da Liga dos Campeões no próximo sábado será de mil euros (R$ 3.020) por dia, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira em Portugal.

O custo do alojamento será de cerca de 800 euros (R$ 2.416) para as noites de sexta e sábado; com alimentação, em aproximadamente 50 euros (R$ 152), incluindo café da manhã, almoço e jantar; outros 50 euros em atividades de turismo e outros 5 euros em viagens pela cidade, de acordo com o mesmo estudo, elaborado pelo Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM). A tudo isso, deve se somar o valor do ingresso para a decisão, que é de pelo menos 70 euros (R$ 212).

“Já há hotéis a 2 mil, 3 mil ou 4 mil euros por noite. Em momentos de muita demanda, os preços sobem, e isso é o que justifica o elevado preço médio estimado para as estadias”, explicou à Agência Efe o diretor do IPAM e responsável pelo estudo, Daniel Sá.

De fato, embora Lisboa tenha uma oferta hoteleira de 22 mil camas, para o fim de semana da final são esperados mais do que o triplo, cerca de 70 mil torcedores das duas equipes. Caso essa peregrinação em massa se confirme, mais da metade dos viajantes verão o jogo de fora do estádio, já que apenas 34 mil dos 61 mil bilhetes colocados à venda são para fãs do Atlético ou do Real.

De acordo com a pesquisa, a final terá um impacto econômico na capital portuguesa de cerca de 45 milhões de euros (R$ 138 milhões). Dessa quantia, 54% será destinado a hospedagem, 22% a alimentação, 7% a atividades turísticas, 1% a deslocamentos na cidade e 1% a segurança, catering e serviços VIP. “O restante corresponderia à seção de outros serviços”, explicou Sá.

O IPAM detalha, no entanto, que o impacto econômico global será ainda maior, de cerca de 409 milhões de euros (R$ 1,236 bilhão), se levados em conta os seis momentos do evento: preparação, concentração, jogo, pós-jogo, retorno e dia seguinte.

De todas elas, a fase “jogo” é a que adquire maior peso nos cálculos (50%) e engloba fatores como direitos de transmissão, bilheterias, apostas em linha ou consumos em casa.

Do total de 409 milhões de euros, 154 milhões será revertido na Espanha, país de onde são os dois times finalistas. Do restante, 159 milhões de euros corresponderão ao mercado mundial, outros 29 milhões para o clube vencedor e 21 para o derrotado, conforme a premiação dada pela Uefa.

Espera-se que a audiência televisiva seja de 380 milhões de telespectadores e que também haja um extraordinário movimento em redes sociais como Facebook (mais de 10 milhões de curtidas), Twitter (6 milhões de seguidores) e YouTube (4 milhões de visitas).

Comparado com outros estudos do IPAM, a final entre o Atlético de Madrid e o Real Madrid será o evento de maior impacto econômico. O instituto português lembra os 157,6 milhões de euros (R$ 474,83 milhões) da final da Liga Europa de 2013, entre Benfica e Chelsea, e os 19,5 milhões de euros (R$ 59 milhões) de um clássico entre Benfica e Porto da temporada 2009/2010.

No entanto, Daniel Sá considera que, para o impacto econômico global, teria sido mais benéfico um duelo entre equipes de países diferentes de grandes dimensões.

“Para o impacto total, teria sido melhor que não fossem duas equipes espanholas, porque Inglaterra, França e Alemanha são países maiores que a Espanha em população”, argumentou.

Nesse caso, Lisboa se beneficiará por serem dois times de Madri os finalistas porque a distância entre as duas capitais é de 620 quilômetros e estão ligadas por estrada, além de vários voos e um trem diário. “Por serem cidades próximas mais pessoas são atraídas”, analisou o professor do IPAM.


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Torcedor pagará em média mil euros para acompanhar final em Lisboa