Candy Mel

Reprodução/Instagram Candy Mel

Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal garantiu o direito de transexuais e transgêneros de alterarem seu nome no registro civil sem precisar fazer cirurgia de redesignação de gênero. Porém, esta semana, a cantora Candy Mel, da Banda Uó, alegou que dois policiais queriam revistá-la no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, porque constava que no seu documento o nome era de um homem.

Candy contou tudo em seu Instagram Stories, no último domingo (04), e a história acabou viralizou. “Eu estou meio que detida aqui no aeroporto, porque dois caras queriam me revistar alegando que no meu documento constava masculino. Eles me coagiram, me levaram para uma sala com dois caras com quase 1.90m para fazer uma revista em mim, e eu não aceitei. Eu tô aqui, correndo o risco de perder o show de Brasília. Fui coagida, mas infelizmente eles não vão tocar em mim. Eu não vou cooperar”, contou.

Candy Mel

Reprodução/Instagram Candy Mel

“Eles me levaram para uma sala; eu estava jurando que era uma revista comum de bagagem, e de repente eles trancaram a porta, eu e eles dentro de uma cabine, e eles pediram para eu tirar a roupa. Eu não vou cooperar com isso. Eu só não fui mais coagida porque o Mateus Carrilho, o Davi Sabbag e a equipe inteira estavam aqui e acompanharam. No final eu acabei sendo revistada, mas foi em público, eu queria que acontecesse na frente de todo mundo, para que as pessoas vissem um homem tocando o corpo de uma mulher”, explicou.

Candy continuou: “E a minha forma de protesto, antes dessa invasão, desse abuso, foi ficar sem camisa, com meus seios de fora. Foi a minha forma de gritar. Rapidamente, eles resolveram o ‘problema’, né? Mas eles queriam que fosse dentro de uma cabine, que ninguém tivesse visto aquela cena. E, sendo sincera, hoje não é um dia muito legal para mim, eu não tô feliz, eu tô pensando sobre o que aconteceu. Foi muito violento e, se aconteceu comigo, é muito fácil acontecer com qualquer outra, sabe? Eu fui tratada como uma criminosa, como alguém que não tinha direito de escolher o procedimento que fosse acontecer, como alguém que não tinha direito algum”.

Candy Mel

Reprodução/Instagram Candy Mel

“E todo esse preconceito começa pelo fato de eles selecionarem a pessoa do nada, eles não estavam pedindo o documento de ninguém, eles pediram o meu especificamente e criaram todo um mistério atrás disso. E eu estava sofrendo constrangimento das pessoas que trabalhavam lá, que estavam fazendo gracinha com a minha cara. Algumas mulheres cis fazendo chacota, porque é isso, né? Enfim, gente. Marcando esse último show com um acontecimento muito violento comigo, com o meu corpo, minha vida, minha existência”, finalizou.


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Candy Mel, da Banda Uó, relata transfobia por parte da polícia em aeroporto