Nesta terça-feira (16), como parte do 18º Festival Mix Brasil de Cinema da Diversidade Sexual, acontece uma das mais aguardadas noites do evento: o Show do Gongo, no Teatro Gazeta, em São Paulo, a partir das 21h. O evento – uma espécie de concurso de vídeos que disputam a aprovação do público que quando não gosta pede para gongar – é apresentado pela atriz Marisa Orth que contou com exclusividade ao Virgula que acha “libertador e muito relaxado” comandar uma plateia enorme e ensandecida.

“Eu adoro essa postura gay de se autoavacalhar, ver as coisas com muito humor”, diz a atriz. “Eu já começo falando palavrão: ‘Boa noite, vão se f****'”, conta rindo Marisa que apresenta o concurso faz 11 anos.

Ter o controle de uma plateia nervosa é algo que Marisa tira de letra. “Mas eu antes de tudo sou feminista, quando aparece mulheres nos vídeos e o pessoal começa a vaiar e pede pra gongar, eu não gongo e ainda provoco: ‘E se fossem homens?’. Odeio machismo. Uma vez, a plateia começou a xingar um menino de passivo e eu gritei: ‘A mãe de vocês é que é passiva!'”

É exatamente esse enfrentamento muito longe do politicamente correto e muito perto do escracho que Marisa propõe que é a fórmula para dar tão certo o Show do Gongo no Brasil. “Já fizeram em Los Angeles e em Nova York, mas o nosso é bem melhor, tanto que o cineasta Roberto Caston ficou tão enlouquecido que quer fazer o mesmo em um festival em Bilbao, na Espanha”, conta Suzy Capó, curadora do festival.

“No fundo, espero que um dia não precise mais de filmes rotulados como gays, que eles sejam apenas filmes”, finaliza Marisa esperançosa por dias mais tolerantes e menos homofóbicos.

Além de Marisa, o Show do Gongo vai ter como júri a atriz Paula Burlamaqui, a trans Bianca Exótica e o VJ Didi Effe. Depois do evento, todos se jogam na balada kiriDJinha, no bar Volt (rua Haddock Lobo, 40).


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"Eu adoro essa postura gay de se autoavacalhar", diz Marisa Orth sobre o show do Gongo