O presidente americano, Barack Obama, homenageou nesta terça-feira (29) com a Medalha da Liberdade, máxima honra civil nos Estados Unidos, personalidades como o cantor Bob Dylan, o astronauta aposentado John Glenn e a ativista mexicano-americana Dolores Huerta, aos quais descreveu como seus “heróis pessoais”.

Durante uma cerimônia na Ala Leste da Casa Branca, Obama outorgou a medalha a notáveis representantes dos campos político, social e cultural que, em sua opinião, deixaram uma marca na vida do país e compõem um grupo “fenomenal”.

“Cada um dos homenageados nesta terça-feira foi abençoado com uma extraordinária quantidade de talento. O que distingue esses homens e mulheres é o incrível impacto que tiveram em tanta gente, não de forma breve e deslumbrante, mas de maneira sustentada ao longo de toda uma vida”, declarou Obama, ao afirmar que todos, sem exceção, “enriqueceram nossas vidas”.

“Muitas destas pessoas são meus heróis. Cada um dos que estão sobre este palco marcou minha vida de forma profunda”, destacou Obama, ao citar exemplos de como as obras da romancista Toni Morrison, as canções de Bob Dylan e o ativismo comunitário de Dolores Huerta foram impactantes para ele.

Bob Dylan, que apareceu usando óculos de sol e roupas escuras, captou em suas composições “algo sobre este país que era tão vital”, e muitos artistas, “desde Bruce Springsteen até o U2, devem estar agradecidos a ele”, ressaltou Obama. “Não há gigante maior na história da música americana”.

Sobre Dolores, Obama destacou que, sem experiência alguma e sendo mãe solteira de sete filhos, ela ajudou a liderar um boicote contra os donos de vinhedos até que aceitassem um contrato de trabalho coletivo para os camponeses.

Obama brincou que recebeu a permissão da ativista quando “roubou” a frase que ela usava para organizar os camponeses (“¡Si, se puede!” – “Yes, we can!”, em inglês). Para ele, foi um prazer, pois “com Dolores não se brinca”.

Em 1962, a ativista fundou, ao lado de César Chávez (falecido em 1993), a Associação Nacional de Trabalhadores do Campo, que mais tarde se transformaria no influente sindicato de camponeses UFWA.

Por sua vez, Glenn recebeu o prêmio por ter sido o terceiro americano a viajar para o espaço e o primeiro a orbitar a Terra. Segundo Obama, é “um herói em todos os sentidos”.

Seus serviços ao país não se limitaram ao espaço sideral, já que, durante seu mandato como senador, segundo Obama, “encontrou novas formas de fazer a diferença” e, em 1998, voltou a fazer história ao viajar pela segunda vez para o espaço, aos 77 anos.

“Ele pede a todos que não digam que teve uma vida histórica para que não o ponham no passado, pois continua fazendo coisas”, disse Obama, mantendo o teor de brincadeiras na cerimônia.

A lista de homenageados incluiu Madeleine Albright, primeira mulher a chefiar o Departamento de Estado americano (entre 1997 e 2001). Ela promoveu esforços para ampliar a Otan e reforçar sua liderança na luta contra o terrorismo, além de enfatizar ações em prol da paz na África e no Oriente Médio.

Outros agraciados foram o advogado John Doar, pela liderança na área de direitos civis; o médico William Foege, que ajudou na campanha para erradicar a varíola na década de 1970; a romancista afro-americana Toni Morrison; o juiz aposentado da Suprema Corte John Paul Stevens; e a ex-treinadora de basquete Patricia “Pat” Summitt.

Obama também prestou três homenagens póstumas: Juliette Gordon Low (1860-1927), fundadora do grupo “Girl Scouts”, Jan Karski (1914-2000), militar americano de origem polonesa que lutou contra o regime nazista, e Gordon Hirabayashi (1918-2012), sociólogo americano que liderou a resistência ao envio de americanos de origem japonesa a campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.

O presidente americano disse que também entregará a medalha ao presidente israelense Shimon Peres, Prêmio Nobel 1994, quando o receber na Casa Branca no próximo mês.


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Obama condecora "heróis pessoais" como Bob Dylan e John Glenn