A câmera capta o momento de um soldado baleado, a morte fotografada. Esta é uma das fotos mais conhecidas de um dos maiores fotógrafos de todos os tempos, Robert Capa, que completaria 100 anos nesta terça-feira (22). Endre Ernő Friedmann nasceu húngaro e judeu. Para fugir do nazismo, muda de nome para Robert Capa. Torna-se assim “americano” e universal ao escolher a guerra e seus efeitos devastadores como temas de suas fotos.

Esteve na Guerra Civil Espanhola, na Segunda Guerra Sino-Japonesa, na Segunda Guerra Mundial, na Guerra Árabe-israelense de 1948 e na Primeira Guerra da Indochina. Sua arma sempre foi sua máquina fotográfica.

Com ela, Capa fotografou o êxodo de populações expulsas pela guerra, as balas que marcam as paredes, a vida das pessoas mesmo diante o cenário de destruição e a morte. Sim, ela está presente na clássica foto do anarquista morto na Guerra Civil Espanhola, a morte está lá representada, o corpo que cai no fim de uma vida.

A foto teve um sucesso e um impacto imediato. Mas, no começo dos anos 70, começou a ser questionada sobre sua veracidade. Já foi alegada que a foto é montagem, que foi “interpretada” e que quem a tirou foi a sua companheira Gerda Taro. Mas pouco importa, a imagem da morte marca a foto de maneira indelével.

A mesma morte que logo depois levaria a fotógrafa Gerda durante sua cobertura da guerra na Espanha e também o tiraria a vida em um campo minado no Vietnã, em 1954. Capa foi encontrado com as pernas estraçalhadas, mas com as mãos segurando a câmera, em um clique nunca realizado. 


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Robert Capa: 100 anos do fotógrafo que clicou a morte