A nova proposta de laser interativo da Sony, o PlayStation 4, chega nos mercados europeus nesta quinta-feira (28) cheio de experiências online e abrindo um leque de jogos à era social e móvel, mas sem ter implementado a grande promessa da nuvem.

“A internet evoluiu, a existência de redes mudou e o mundo está migrando desde uma série de plataformas e universos fechados rumo a um cenário mais aberto e conectado. Este dispositivo foi desenhado principalmente para captar tudo isso”, explicou à Agência Efe o executivo-chefe da Sony Computer Entertainment Europa, Jim Ryan.

A máquina, afirmou, vai representar uma “mudança drástica” de experiência “online”: a conexão multijogador passa a ser a tônica e não a exceção, são abertas passagem para os modelos “free to play”, todos os títulos estarão disponíveis para o download e se potencializa a conectividade social e a abertura rumo a outros dispositivos móveis, como o portátil PS Vita e os telefones e tablets.

Através de uma aplicação, os dispositivos móveis equipados com iOS ou Android se transforman em uma segunda tela de jogo “complementar” para PS4.

Quase todos os títulos do console – 90%, e são excluídos os que requeiram o uso de periféricos -, poderão jogar no PS Vita através de uma conexão “wifi”.

Ryan destacou a interatividade do “hardware” com as redes sociais como outro ponto-chave: os jogadores poderão presumir suas conquistas, lançar desafios ou compartilhar com seus amigos até 15 minutos de vídeo de suas partidas através do botão “Share” do comando Dualshock, que inclui um painel tátil.

No entanto, a promessa da Sony de liderar o jogo em “streaming” por enquanto continua sendo só promessa.

As funcionalidades derivadas da tecnologia de Gaikai, como poder jogar na nuvem os títulos do PS3 com o novo console ou de provar um videogame antes de comprá-lo não chegarão à Europa até o final de 2014 ou começo de 2015, devido às diferenças na penetração da banda larga, enquanto nos Estados Unidos aterrissarão no primeiro trimestre do próximo ano.

O PlayStation 4, idealizado por Mark Cerny e criado durante cinco anos, foi concebido para ter uma maior potência de processamento, que se traduz em melhores gráficos e mais fluência, e para que o trabalho técnico seja simples, já que o PlayStation 3 foi muito criticado por sua complexa arquitetura.

Após ter sido destronada pela Microsoft na anterior geração de consoles (Xbox 360 vendeu 80 milhões de unidades frente aos 70 milhões de PlayStation 3), a Sony quer recuperar a liderança do lazer interativo com PlayStation 4.

A empresa tecnológica japonesa espera comercializar cinco milhões de cópias antes do fim de seu ano fiscal em março de 2014 e se beneficiar porque sua proposta é 100 euros mais barata que o Xbox One, apesar da máquina da Microsoft incluir o sensor Kinect.

Nas primeiras 24 horas de venda nos Estados Unidos e Canadá, o console da Sony vendeu um milhão de unidades, o mesmo número conquistado pela Microsoft em 13 países.

Agora aterrissa no mercado europeu, a “maior região para PlayStation”, segundo Ryan, que afirmou que o velho continente representa 45% do negócio total da Sony Computer Entertainment.

Além de não contar ainda com o prometido acesso à nuvem, o novo console terá que lidar com um catálogos sem graça -embora com muita presença de desenvolvimentos independentes-: os esperados títulos “Destiny”, “Watch Dogs”, “Drive Club” e “The Order 1886” demorarão ainda em chegar.

Enquanto isso, a oferta de títulos de sua predecessora é potente graças a lançamentos como “GTA V”, “The Last of Us” e o próximo “Gran Turismo 6”, embora o diretor descartou que PS3 seja em absoluto uma “inimiga” de PS4.

“Nos sentimos muito cômodos com a reação que estamos vendo rumo ao PlayStation 4, os números que manejamos nos fazem confiar em que não vamos ter nenhum problema para persuadir às pessoas que mudem desde PS3 ao novo dispositivo”, sentenciou Ryan.

Com PS4 e Xbox One no mercado se fecha o primeiro ciclo da nova geração de consoles, agora começa a verdadeira batalha.


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PlayStation 4 chega à Europa apostando em jogos "online", mas sem a nuvem