Professores de educação sexual estão correndo risco no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos. Ensinar como usar a camisinha e outros métodos contraceptivos pode ser motivo para serem processados ou até presos.

O procurador do Condado de Juneau, Scott Southworth, mandou na semana passada uma carta para as escolas da região. A carta dizia que professores que ensinassem alunos a vestirem camisinhas e a tomar anticoncepcionais podem encarar processos criminais.

“Parece um passo para trás na história”, disse Mike Taake, um professor de Educação Sexual. Ele leciona há mais de 30 anos. Ele sempre preferiu dar conhecimento aos alunos, para que eles tenham opções de escolha. Nas suas aula ele aborda a abstinência completa, mas afirma que obrigar os alunos a esperar não é a melhor opção.

Southworth é o mais conservador que um americano pode ser: Republicano e Evangélico. A ameaça dele bate de frente com uma lei assinada em janeiro pelo Governador democrata Jim Doyle. A lei obriga as escolas a usarem um currículo mais abrangente nas aulas de Educação Sexual.

Mas ele usa outra lei para se defender. No Wisconsin menores de idade são proibidos de fazerem sexo. Ele alega que as aulas abrangentes vão estimular as crianças a fazerem sexo, ou seja, estimulando um crime.

Na visão de Janine Geske, uma professora de direito da Universidade Marquette e ex-juíza da Suprema Corte do estado, a lógica de Southworth não faz sentido. “Para ser sincera eu nem entendi aonde ele quer chegar com isso”, disse. “Se um professor está passando uma matéria obrigatória pela legislação estadual isso não é crime sob nenhum ponto de vista”.

A lógica dele não foi bem aceita nem pelos pais dos alunos. Audrey Jensen, mãe de Justina, uma aluna de 16 anos do segundo colegial, diz: “Jovens vão fazer sexo, independente de qualquer fator. Eles precisam de toda a informação que puderem obter”. Audrey, 47 anos, continua: “Ele não está sendo realista, parece que ele não se lembra de seus tempos de adolescência”. Será que ela sabe de algum podre do procurador?

Até os alunos parecem estar mais cientes da situação do que o próprio Southworth. Brady Nelson, 16, jogador do time de futebol americano do colégio Mauston, diz que educação sexual não encoraja os jovens a fazer sexo. Ele diz que Southeworth deveria deixar os professores em paz. Quando um aluno tenta salvar a pele do professor é porque a coisa é séria!

“Eles ensinam muito mais o lado ruim do que o lado bom”, comenta Brady. E não é a toa. A nova lei obriga, entre outros tópicos, a ensinar os benefícios da abstinência, uso correto de contraceptivos, como fazer decisões conscientes e as penalidades criminais sobre sexo entre menores de idade.

É isso aí, para fazer sexo tem que ter saber bem o que está fazendo. E quando fizer: camisinha nele!


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Aula de educação sexual pode dar cadeia nos EUA