No auge da crise a grande preocupação do governo era a falta de crédito, um dos pontos fundamentais para que a economia seguisse em crescimento. Passado o pior momento da turbulência, a preocupação agora é justamente com a grande oferta de empréstimos, além do aumento da renda.

Quando existe muito dinheiro circulando, a tendência é que surja uma pressão nos preços. Com isso, o Banco Central teria de tomar medidas para conter a inflação, que passaria pelo aumento das taxas de juros para frear o crescimento do volume de crédito.

Para este ano, o Banco Central estima que os empréstimos devem crescer entre 20% e 25%, mesmo ainda com um custo bastante elevado para o consumidor. Este volume é suficiente para impulsionar a demanda de consumo e, consequentemente, os preços.

De acordo com a reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta terça-feira (26), em uma reunião ministerial na última semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deixou claro que o consumo interno, com o aumento do crédito, será ponto principal para o crescimento da economia em 5,2% neste ano.

O cenário traçado por Mantega prevê os preços sob controle, mas não é assim que, segundo a publicação, o BC vê a mesma situação. No relatório Focus (pesquisa semanal realizada pelo Banco Central), a estimativa da inflação oficial para 2010 já está em 4,6%, contra meta de 4,5%.

Para o consumidor, isso pode significar um aumento da taxa de juros. Na quarta-feira (27) o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) vai se reunir pela primeira vez no ano para avaliar o atual cenário. No entanto, a taxa Selic ainda deve ser mantida em 8,75% ao ano. A expectativa ficará para a ata da reunião, que será divulgada posteriormente.


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Aumento na oferta de crédito já preocupa o Banco Central