A China, depois de alertar que a intenção dos Estados Unidos de vender armas a Taiwan poderia “prejudicar as relações” entre as duas nações e classificar a iniciativa como uma “ameaça à segurança nacional”, suspendeu os intercâmbios militares com a superpotência.

“Este plano definitivamente prejudicará os laços entre China e EUA. Além de ter um impacto muito negativo nos intercâmbios e na cooperação entre os dois países, acarretará consequências às quais nenhuma das partes vai gostar de enfrentar”, disse o vice-chanceler Eis Yafei antes da decisão chinesa.

Em uma nota publicada no site do Ministério de Assuntos Exteriores, o funcionário, que apresentou um protesto formal ao embaixador americano na China, Jon Huntsman, pedira aos EUA que reconhessem “plenamente a gravidade do assunto”, revogassem “a decisão” e deixassem de “vender armas a Taiwan”.

As declarações foram uma reação a um anúncio feito na sexta-feira (29) pelo Governo americano, que manifestou ao Congresso a intenção de vender a Taiwan mais de US$ 6 bilhões em armamentos, apesar dos protestos da China.

No pacote, estariam incluídos 60 helicópteros Black Hawk, avaliados em US$ 3,1 bilhões, 114 mísseis Patriot (US$ 2,810 bilhões), equipamentos de controle conhecidos como Multifunctional Information Distribution Systems (US$ 340 milhões), dois navios para desativação de minas (US$ 105 milhões) e 12 mísseis Harpoon (US$ 37 milhões).

Os EUA, maior potência do planeta, e a China, a terceira maior economia do mundo, há 30 anos mantêm uma relação marcada pela interdependência econômica e por divergências políticas em relação aos direitos humanos, ao Tibete, a Taiwan e a questões de defesa.

A tensão entre as duas nações já tinha aumentado no começo do mês, quando o Google sofreu um ciberataque oriundo do país asiático e Washington saiu em defesa da companhia, que ameaçou suspender suas operações na China.

Outro fator que vem dificultando as relações bilaterais é o encontro que o presidente americano, Barack Obama, terá em breve com o Dalai Lama (líder espiritual tibetano), ao qual o regime comunista se opõe firmemente.

Já o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan classificou a decisão do Governo de Obama “uma reafirmação de suas obrigações” com a ilha e uma demonstração do bom estado das relações bilaterais.


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China reage rápido a plano dos EUA de vender armas a Taiwan