No retorno ao trabalho da Câmara Legislativa do Distrito Federal, que estava em recesso desde o final do ano passado, o presidente Leonardo Prudente (sem partido), um dos envolvidos no chamado “Mensalão do DEM”, esquema de corrupção que envolveria parlamentares, secretários e até mesmo o governador José Roberto Arruda, impediu que a população tivesse acesso ao local.

Neste segunda-feira (11) será realizada (com portas fechadas, segundo decisão de Prudente) a reunião em que a Casa escolherá os novos membros da Comissão de Constituição e Justiça, dando início à tramitação dos processos que pedem a cassação de Arruda, pelo envolvimento no escândalo que tornou-se público após a Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, em 27 de novembro.

Prudente assinou nota afirmando que tendo em vista um parecer da Coordenadoria de Segurança da Câmara Legislativa”, o acesso às galerias está vetado, e “todas as providências estão sendo tomadas para que a Câmara tenha condições de permitir a livre circulação do público”. Apenas durante a manhã, mais de 500 manifestantes passaram pela entrada da Casa, protestando contra a manutenção no cargo de todos os envolvidos.

Outro deputado distrital envolvido no escândalo, Rogério Ulysses (sem partido) explicou que entrará na Justiça para recorrer da decisão do PSB, que o expulsou no final do ano, tendo como motivo uma possível candidatura na eleição nacional deste ano. Quando o processo foi aberto, ele enviou uma defesa com mil páginas, incluindo contas telefônicas e extratos bancários.

Ulysses explicou que “não posso optar por outro partido. Eu quero me submeter ao maior julgamento de todos, a eleição. E só posso fazer isso filiado”, reiterando que não teria nenhum problema em deixar o PSB após a eleição. Por fim, ele se disse em uma situação diferente de Prudente e Arruda, que deixaram o DEM para evitar a expulsão, pois não foi flagrado em filmes ou em gravações e “se ter o nome falado é ser culpado, pode rasgar a Constituição”.
 


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DF: Prudente impede público na Câmara Legislativa