Devido à alta demanda de açúcar no mercado externo, o preço do álcool combustível no estado de São Paulo atingiu o maior nível desde outubro de 2006. De acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o litro do etano teve alta de 14% em média no mês passado, avançando de R$ 1,306 para R$ 1,501.

O movimento de alta dos preços do combustível teve início em junho. Desde então, o álcool teve alta de 29%. De acordo com a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, novos reajustes devem acontecer já nos próximos dias.

Com o preço em alta, já existem casos em postos de combustível que é mais vantajoso abastecer o carro com gasolina do que com etanol, para quem tem carro bicombustível. Segundo especialistas,  colocar álcool no carro deixa de ser uma vantagem a partir do momento que seu preço é mas de 70% do valor da gasolina a cada litro. Pelo levantamento da ANP, em alguns postos essa relação varia entre 71% e 73%. Em outros casos, o preço do etanol está no limite entre 62% e 69% do preço da gasolina.

Em declaração para o jornal, o diretor da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) Antônio de Pádua Rodrigues, explicou que este é um momento importante para o consumidor mostrar o poder que tem em suas mãos, já que, em muitos casos, ele pode optar entre os combustíveis.

“Atualmente, 37% da frota nacional é de carros flex. Isso quer dizer que os usuários podem escolher o combustível de acordo com preço”, disse Rodrigues. Para ele, o valor do etanol a R$ 1,50 em São Paulo está dentro do normal. No entanto, na pesquisa da ANP, existem casos de postos que chegam a cobrar até R$ 1,97 pelo combustível.

Neste ano, no momento do auge da produção de álcool no país, o preço do combustível teve uma queda considerável de preço, sendo que em diversos postos o litro era vendido a menos de um real.


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Álcool em alta já ameaça competitividade do combustível