Uma importante modalidade de empréstimos para pessoas físicas ou microempresas é o chamado microcrédito. São financiamentos de baixo valor, com taxas de juros reduzidas, concedidas para quem normalmente não tem acesso ao dinheiro pela forma convencional nos bancos e outras instituições financeiras.

No Brasil, já se passaram cinco anos que esse programa é estimulado e, mesmo assim, ainda é pouco utilizado. Em maio, os bancos tinham R$ 2,427 bilhões para essas operações, mas somente 1,383 bilhão (57% do total) chegou às mãos da população de baixa renda. Isso acontece porque as instituições temem ter perdas e preferem deixar o dinheiro parado nos cofres do Banco Central (BC), mesmo sem remuneração.

O cenário atual preocupa o Ministério da Fazenda. Era esperado que, com a queda dos juros, os bancos tivessem mais interesse nessa modalidade de crédito. Só que isso não tem acontecido. Agora, técnicos do Ministério do Trabalho estão realizando estudos, mas ainda não há prazos para que alterações sejam promovidas.

Para o coordenador-geral do Programa Nacional de Microcrédito Orientado (PNMPO) do Ministério do Trabalho, James Max Brito Coelho, é preciso pensar em uma forma de estimular os bancos, que são donos do dinheiro, a realizar mais este tipo de operação. “Esse problema não tem muita relação com a crise, já que é um tipo de programa que já não conta com muitos recursos para empréstimos”.

Do outro lado, as instituições financeiras argumentam que o governo estabeleceu algumas regras que complicam esse tipo crédito, como a cobrança de juros de até 2% para pessoa física e 4% para o microempreendedor. Outro problema é o chamado crédito consignado pode ser encontrado por um custo menor que o exigido no programa.


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Apenas 57% das verbas do microcrédito é utilizada