O Festival Back 2 Black, que está rolando no Rio de Janeiro desde sexta-feira (28) tem levantado boas discussões. No primeira mesa de debates, que tratava da Africa, tema do evento, o músico e ativista irlandês Bob Geldof – famoso por organizar os shows beneficentes do Live Aid (1985) e do Live 8 (2005) – e o artista e poeta sul-africano Breyten Breytenbach deram seus pontos de vista, nem sempre coincidentes, sobre as complexidades inerentes ao continente.

Breytenbach e Geldof concordaram que a África não pode ser tratada como uma peça única em detrimento da sua diversidade de países, culturas, religiões e idiomas: “A África é uma construção complexa desde sempre. Há uma tendência de pensar a África como uma coisa só, mas quem mora, trabalha ou é de lá sabe que não é assim”, diz o sul-africano.

Para o poeta há alguns pontos em comum dentro da África, como a existência de conflitos armados, a grande quantidade de pessoas que emigram para fora do continente e o flagelo da aids, entre outros, mas é necessário perguntar “a quem a África pertence de fato, pois é o que define seu relacionamento com o resto do mundo”.

Bob Geldof logo ficou de pé para expressar seus pontos de vista. Disse estar cansado de falar sobre os problemas da África, continente que visita há 26 anos: “Os africanos estão tentando formar seus próprios países, e isso não é fácil”, afirmou. Para o músico o Ocidente impôs à África uma política e uma economia que não funcionam no continente.


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Bob Geldof, do Live Nation, destaca-se no debate sobre Africa no festival Back 2 Black