Sabe aquele limite adicional que o banco oferece em sua conta corrente, o chamado cheque especial? O uso desta linha de crédito é cada vez mais comum entre os clientes brasileiros, que utilizam este recurso como uma extensão de seus salários.

Para muitos, o extrato do banco muda do azul para o vermelho no decorrer do mês, voltando a ser positivo somente quando o novo salário é depositado. Já para outros, a conta está sempre no vermelho.

Para muita gente o cheque especial é a salvação do mês. No final de abril, por exemplo, os brasileiros usavam R$ 18,05 bilhões do limite oferecido pelas instituições financeiras, no maior valor da história. As informações constam na edição desta segunda-feira (22) do jornal O Estado de S. Paulo.

Só que o grande problema enfrentado não é a necessidade de utilizar esse crédito e sim o custo dele. Mesmo com as constantes quedas na taxa Selic, o juro do cheque especial permaneceu praticamente inalterado nos últimos meses.

Nas principais instituições a taxa supera a casa dos 150% ao ano, enquanto a Selic está em 9,25% para o mesmo período.

A grande vantagem dessa linha de crédito é sua facilidade em utilizar. Ela está sempre presente e disponível na conta. Qualquer saque, compra e pagamento de boletos durante a noite e no final de semana já pode acionar a contratação rápida e fácil. Sem precisar de assinatura ou liberação do gerente. E isso acaba custando bastante caro para o cliente.

Entre todas as linhas de créditos que o Banco Central faz acompanhamento, o cheque especial é o que tem o maior spread. Spread é a diferença entre o juro que o banco paga para quem aplica e quanto cobra de quem toma esse dinheiro emprestado.

Em abril, o spread estava em 156,3 pontos porcentuais. Na média, de acordo com o levantamento do BC, todos os financiamentos, sejam para pessoas físicas ou jurídicas, a margem é de 28,2 pontos.

Vamos explicar. Quando um cliente aplica R$ 100 em um banco, ele receberá R$ 110,03 depois de um ano. Esse dinheiro, durante o período, o banco usa para compensar o cheque especial de outros clientes da instituição.

Depois do mesmo período, quem ficou devendo o mesmo valor no cheque especial terá de pagar R$ 266,30 para o banco. Essa diferença entre o que um paga e o que o outro recebe fica com o banco.


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Dívida do cheque especial bate recorde em abril