O Metronomy é uma das bandas britânicas mais cultuadas do momento. Seus dois primeiros discos da carreira e seus empolgantes shows no palco colocaram Joseph Mount, compositor da banda, nos holofotes do chamado “indie rock eletrônico” e abriram espaço para um grande salto na carreira do grupo.

Além de terem os discos Pip Paine (Pay The £5000 You Owe) e Nights Out aclamados pela crítica mundial como excelentes lançamentos, o Metronomy ainda surfa na onda dos remixes, divulgando amplamente seu trabalho entre diferentes públicos e tendo o privilégio de trabalhar com grandes nomes como Roots Manouver, Charlotte Gainsbourg, Gorillaz, Kate Nash, Architecture in Helsinki, Dead Knives, Sebastien Tellier, Ladytron e Klaxons.

Agora o projeto encabeçado por Mount está com as passagens carimbadas para o País do Carnaval, onde fará o último show do ano no festival Planeta Terra, que acontece em São Paulo no dia 7 de novembro. Lá, a banda dividirá as atenções com Patrick Wolf, Primal Scream, Maximo Park, Iggy Pop, Sonic Youth e Etienne de Cecy.

Falamos com Joseph sobre essa primeira viagem ao Brasil e sobre a extensa turnê da banda pela Europa e pela América do Norte, que culmina justamente em uma apresentação final no festival paulistano.

Virgula – Então Joseph… Vocês estão vindo para o Brasil pela primeira vez no mês que vem. Como estão suas expectativas sobre o show em São Paulo  

Joseph Mount – Eu estou muito animado com isso. Primeiro por ser um país que eu ainda não conheço e segundo por ser o nosso último show do ano…

Virgula – Ah sim! Isso deve ser um alívio depois de uma agenda tão apertada como a de vocês…

Joseph – Sem dúvida. Realmente a turnê foi muito cansativa. Mas nos divertimos demais com ela. Agora estamos animadíssimos para tocar no Brasil. Nós já estamos sabendo que a plateia é sempre maluca e que os brasileiros adoram driblar seguranças e esse tipo de coisa (risos). Todos os nossos amigos que tocaram por aqui já nos falaram sobre isso. Estou bem ansioso!

Virgula – O festival que vai receber o show de vocês promete ser muito bom. Vocês vão dividir o palco com Sonic Youth, Iggy Pop, Primal Scream… Tem algum show que vocês queiram muito ver?

Joseph – Com certeza! Sonic Youth, por exemplo, é sempre imperdível. É sempre um prazer ver os artistas que você amava quando era criança, entende? Quero dizer, claro que todo mundo continua amando o Iggy Pop depois que cresceu…

Virgula – É verdade! Ele é a história viva!

Joseph – Justamente! Eu sou um grande fã dele. Oscar (Cash, companheiro de palco de Joseph) é um fã maníaco pelo Iggy. Por isso é bem provável que a gente fique pra vê-lo também. O único problema é que, em vários dos festivais que nós já tocamos, fica quase impossível deixar o backstage parar ver os shows. Espero que nós possamos ver as outras bandas em São Paulo.

Virgula – Mantendo a conversa do show, o Metronomy ganhou muita notoriedade com as apreentações ao vivo de vocês. De onde vei a ideia de partir para as performances com luzes e outras parafernálias?

Joseph – Foi algo que aconteceu meio que por acaso. Há muito tempo que nós resolvemos dar às pessoas algo mais do que só a música. Queríamos fazer algo nos moldes do Kraftwerk… Queríamos fazer diferente da maioria das bandas. que nunca se preocupam com performances deste tipo. Na verdade, o que nós queríamos era dar às pessoas um show que valesse a pena pagar para assistir. Só não sei se nós conseguimos, na verdade (muitos risos).

Virgula – Outro ponto que levou o Metronomy até o centro das atenções foi a qualidade dos seus remixes. E você já remixou muita gente diferente. Qual a principal diferença entre compor e remixar?

Joseph – Acho que a maior diferença é o seu envolvimento com a música. Porque é muito difícil se manter neutro quando você está fazendo um remix. Muitas vezes a música não é pra você, por isso o “remixer” tem que saber até que ponto pode ir. No meu caso, quando faço um remix, só me dou por satisfeito quando fico feliz ao ouvir o resultado final. Esse é meu padrão de qualidade (risos)

Virgula – Vocês viajaram um tempo com o CSS, certo?

Joseph – Sim. As meninas são muito divertidas (risos). Mas nós viajamos mais tempo ainda com uma outra banda brasileira, o Bonde do Rolê…

Virgula – Eles chegaram a mostrar alguma coisa de música brasileira para vocês?

Joseph – Na verdade não. Infelizmente não. Para ser bem sincero eu não conheço quase nada de música brasileira. Pelo menos nunca peguei para ouvir nada. Nesse festival que neos vamos tocar terá alguma grande banda local tocando?

Virgula – Na verdade, teremos duas bandas brasileiras. Uma delas é o Macaco Bong, um trio instrumental que coloca uma pegada bastante garageira e barulhenta em uma espécie de fusion. Altamente recomendado que você assista ao show…

Joseph – Mesmo? Ok! Vou seguir sua sugestão então para estar mais preparado para uma próxima pergunta como essa (risos).

Virgula – Então deixe um recado para os seus fãs brasileiros…

Joseph – Claro!  Espero ver todo mundo que curte o Metronomy neste show no Brasil. Esperamos que nossa primeira passagem pelo país satisfaça aos nossos fãs. Quero mesmo ver o quão malucos são os fãs brasileiros, ainda mais no último show da nossa turnê. Queremos que ele seja também o melhor!


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Entrevista: Joseph Mount fala sobre a primeira passagem do Metronomy pelo Brasil