O Estudiantes de La Plata, que pode reviver os tempos de glória do tricampeonato da Copa Libertadores entre 1968 e 1970, tem no espírito de luta a arma principal para surpreender amanhã o Cruzeiro no Mineirão.

O destaque é o veterano meio-campo Juan Sebastián Verón. De volta ao país após muitas temporadas na Europa, pelos pés do jogador passam quase todas as jogadas ofensivas da equipe.

O problema é que, quando ele não vai bem, o time também não. Um exemplo disso foi na ida da final, em La Plata, quando teve atuação discreta e não conseguiu levar o Estudiantes à vantagem na decisão. Outra estrela do meio-campo é Rodrigo Braña, responsável pelos roubos de bola e ligação entre a defesa e o ataque.

A defesa é entrosada e tem tido peças de reposição no mesmo nível nas últimas temporadas. Mesmo sem o lateral Marcos Angeleri e o zagueiro Agustín Alayes, o desempenho é o mesmo com Cellay e Schiavi, seus respectivos substitutos.

O artilheiro é Mauro Boselli, que lidera a disputa na Libertadores com sete gols marcados. Gastón Fernández, seu companheiro na frente, é um jogador de mais movimentação, que atrai a marcação dos adversários.

Assim como o Cruzeiro, o Estudiantes conta com um goleiro muito seguro: Mariano Andújar, já vendido ao Catania, da Itália. É dele o novo recorde de tempo sem levar gols na história da Libertadores – 857 gols, batendo um recorde em poder de Hugo Gatti desde 1977.

Filho de Peixe

O veterano meio-campo Juan Sebastián Verón entrará em campo amanhã pelo Estudiantes disposto a seguir os passos de seu pai, Juan Ramón, destaque da equipe argentina no tricampeonato da Libertadores de 1968 a 1970.

Ser filho de Juan Ramón, conhecido como “La Bruja”, rendeu a Verón o apelido de “La Brujita”. A conexão de ambos com o clube é tanta que o meia nasceu no dia em que seu pai disputava uma partida importante pela equipe. Carlos Bilardo, seu técnico à época, escondeu o nascimento da criança até o apito final, para que ele não se desconcentrasse.

“Acredito que eles poderão repetir o que nós fizemos”, afirmou o ex-jogador, uma referência no clube: em 297 jogos, disputou quatro finais da Libertadores e balançou as redes 77 vezes.

O jogador busca motivação pelo fato de ter tido atuação apenas discreta no empate em 0 a 0 da ida, pois vinha de uma lesão. Ele tem consciência de que sua atuação dita o ritmo do time, e confessou que a taça é um sonho.

“Trocaria tudo o que ganhei para ser campeão da Libertadores pelo Estudiantes. Seria o máximo para mim, porque eu cresci aqui”, disse o meia depois da partida da semana passada em La Plata.


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Estudiantes aposta em tradição e garra para vencer Libertadores