Vinte e sete anos depois do mega-hit <i>Você não soube me amar</i>, que colocou de vez o new-wave nas rádios brasileiras, as indas e vindas da veterana <b>Blitz</b> culminaram em um disco pontual para marcar o fim da primeira década do terceiro milênio. <i>Eskute Blitz</i> chega às lojas do Brasil com a banda rejuvenescida por seu próprio trabalho e mostrando o que há de novo no repertório que fez história com seu bom humor na década de 80.

Evandro Mesquita, o frontman e principal compositor da banda, está muitíssimo feliz com o resultado final deste primeiro disco de inéditas da banda em 13 anos e contou mais detalhes em entrevista exclusiva ao <b>Virgula Música</b>.

Falando sobre o passado, o presente e o futuro, o divertido cantor comentou o retorno em definitivo dos instrumentistas originais da banda à formação comandada por ele e sobre a repercussão do lançamento entre os fãs da velha e da nova geração.

<b>Virgula Música</b> – Antes de mais nada, por que voltar a gravar com a Blitz 23 anos depois do fim da formação oficial da banda?

Evandro Mesquita – Na verdade a gente já tinha voltado em 94 para uma turnê especial. Há 13 anos nós gravamos mais um disco de inéditas e depois voltamos a gravar juntos no <i>Blitz ao vivo</i> em 2007. Esse lançamento serviu para fechar o cliclo do passado. Agora a ideia é mostrar o que a gente anda fazendo hoje e o nosso esforço para manter a banda viva. Eu simplesmente adoro a banda, adoro estar na estrada, adoro ver a garotada nova curtindo nosso som… Enfim, esse disco chega para dar uma oxigenada legal no som da Blitz.

<b>Virgula Música</b> – No <i>Eskute</i>, a impressão é mesmo de que a tal new-wave não é mais a principal influência do som de vocês. O que você tem ouvido ultimamente que influenciou o novo som da Blitz?

Evandro – A new-wave sempre nos deu uma boa base. Nós bebemos um pouco nessa fonte para o novo disco, assimo como sempre bebemos no rock, no r&b, no reggae e em vários outros estilos. Sempre colocamos essas influências juntas nas nossas músicas. Nosso som tem um pouco de <b>Bob Dylan</b>, de <b>Bob Marley</b>, de <b>Led Zeppelin</b> e de outras muitas sonoridades diferentes. São tantos anos na estrada com uma história muito bonita. Por isso nossas influêncioas são quase as mesmas dos anos 80. A gente não troca de roupa conforme a moda. Nossa viagem ainda é contar uma história, situar personagens e fazer um som bem humorado.

<b>Virgula Música</b> – Você deu uma entrevista para o jornal <i>Estadão</i> antes do lançamento dizendo que “A identidade da Blitz é essa, falar de coisas sérias sem ser drástico ou panfletário.” Por que você acha que o bom humor saiu da moda na música brasileira?

Evandro – Isso é verdade. Não tem ninguém fazendo isso como a gente fazia, ou como o <b>Ultraje</b> fazia. Nós queremos fazer com Moreira da Silva já fez e como Adoniram Barbosa já fez. Tá faltando isso na música brasileira e especialmente no rock. Agora as bandas são muito mela-cueca, muito rock açucarado. A nossa crítica é bem humorada, a gente vem pra preencher esse espaço vazio novamente.

<b>Virgula Música</b> – Como foi o processo de composição das músicas novas? Ainda tinha material inédito na manga ou foi tudo criado do zero?

Evandro – Foi tudo feito de dois anos pra cá. Tive parceiros como o <b>Erasmo Carlos</b>, que sempre foi uma grande influência para mim. O pessoal do <b>Pato Fu</b>, que é mais novo que a gente e até o <b>Leoni</b>, que é da nossa geração. Foi tudo gravado na Toca da Onça, que é nosso estúdio particular, e também na estrada. Temos uma relação ótima atualmente e todos colaboraram na criação.

<b>Virgula Música</b> – Como está a repercussão do novo disco? Vocês conversaram com alguns fãs da antiga para saber o que eles acharam do novo álbum?

Evandro – Nossos fãs tão amarradoes! O pessoal da antiga gostou muito. Estamos usando as alternativas novas e explorando os novos canais de comunicação, como o You Tube, entre outros. Ainda estamos engatinhando nisso, porque somos de uma outra leva, mas eu adimiro essa evolução digital. Isso é o futuro mesmo. Com isso a garotada tá gostando também.

<b>Virgula Música</b> – E os planos de turnê? A Blitz vai cair na estrda denovo em 2009?

Evandro – Claro. E vamos começar logo. A gente lança o disco em São Paulo no HSBC Music Hall,  depois vamos pra casa tocar no Canecão. Daí pra frente é interior de São Paulo, Minas Gerais, Vitória, e por aí vai. Queremos que essa seja uma turnê sem fim. Estamos animados pra ir encontrando as pessoas e curtindo os shows com os nossos fãs.


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Evandro Mesquita fala sobre Eskute Blitz, novo disco da veterana Blitz