Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), a recuperação econômica global já começou. No entanto, segundo a entidade, a durabilidade dessa retomada está condicionada às políticas de exportação e importação dos Estados Unidos, que devem se reorientar de acordo com o modelo asiático.

“Dar a volta na situação não será simples”, afirmou o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard, em artigo divulgado nesta terça-feira (18).

“A crise deixou feridas profundas, que afetarão a oferta e a demanda durante muitos anos”, disse Blanchard, no artigo no qual fala sobre o início da recuperação.

O economista acredita que a maioria dos países crescerá durante os próximos trimestres, mas as taxas não serão suficientemente altas para reduzir o desemprego. Grande parte desse crescimento será resultado dos programas de estímulo fiscal, que necessariamente terão um final, e da reposição de estoques.

Blanchard alertou também que os programas fiscais pesarão no crescimento futuro. “Em quase todos os países, os custos da crise se juntaram à carga fiscal, e os impostos mais altos são inevitáveis”, disse Blanchard.

“Todo isso implica em que talvez não possamos retornar ao entigo caminho do crescimento”, disse o especialista, que advertiu que a produção poderia ser mais baixa do que antes da crise.

Na opinião de Blanchard, a crise deve provocar uma mudança de hábitos entre os americanos, o que reduzirá o elevado nível de despesas. Esse aspecto forçará um ajuste dos parceiros comerciais dos Estados Unidos, principalmente a China.

“Do ponto de vista dos EUA, uma redução no superávit de conta corrente da China ajudaria a aumentar a demanda e apoiaria a recuperação dos Estados Unidos”, afirmou o especialista.

Mas, para que China impulsione sua demanda interna, terá que reforçar sua rede de proteção social e aumentar o acesso das famílias ao crédito, o que serviria de incentivo para que os consumidores economizem menos e gastem mais.


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FMI diz que começou recuperação econômica global