O Governo italiano decidiu nesta quinta-feira (23/04) realizar a próxima cúpula do Grupo dos Oito (G8, os sete países mais desenvolvidos e a Rússia) na cidade de L’Aquila, uma das mais castigadas pelo terremoto de 6 de abril, para levar a catástrofe ao centro das conversas do encontro.

A informação é do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, em entrevista coletiva realizada após a reunião do Conselho de Ministros extraordinário realizado nesta quinta em L’Aquila para aprovar um decreto-lei com fundos de 8 bilhões de euros para Abruzzo, região assolada pelo terremoto que deixou 295 mortos.

A princípio, a cúpula de chefes de Estado e de Governo do G8 estava prevista para entre 8 e 10 de julho na ilha italiana de La Maddalena, próxima à Sardenha. Como presidente anual do grupo, a Itália é anfitriã dos encontros.

“Queremos dar uma mensagem de esperança a Abruzzo, um sinal importante. Certamente, agora terei que falar com os outros sete líderes, mas, em L’Aquila, existe a possibilidade de organizar um grande evento”, disse o primeiro-ministro.

Berlusconi também justificou a decisão de transferir a reunião do G8 por outros motivos, entre eles, a economia de realizar o encontro em La Maddalena, dinheiro que poderá ser destinado a L’Aquila, onde acontecerá um encontro muito mais sóbrio e austero.

“Propusemos gastar 200 milhões de euros a mais na reconstrução de Abruzzo”, disse Berlusconi, que informou que a cúpula aconteceria no quartel da Escola da Guarda de Finanças, centro de operações após o terremoto.

Segurança

Segundo o premiê, o G8 em L’Aquila pode ser até mais seguro do que estava previsto em La Maddalena, pois Berlusconi não acha que os grupos antiglobalização “tenham desejo e coração para fazer manifestações duras” na capital de Abruzzo.

“La Maddalena teria sido bela demais e um G8 que não estaria em consonância com o momento que atravessamos, por causa da crise econômica. Achamos, portanto, que a solução mais sóbria teria sido mais adequada”, disse o primeiro-ministro.

Reconstrução

Sobre os fundos aprovados no decreto-lei sobre Abruzzo, Berlusconi informou que sobem para 8 bilhões de euros por um período de três anos, e com os quais se enfrenta a tragédia sem necessidade de “colocar as mãos nos bolsos dos italianos”.

O primeiro-ministro italiano informou também que já foi estabelecida uma lista com 44 bens artísticos, entre eles “muitas igrejas”, cuja reconstrução poderá ser financiada pelos Governos de outros países, aos quais Berlusconi tem intenção de convocar em breve.

Já foram identificadas, segundo o líder, 15 áreas na região de Abruzzo onde é possível intervir com cimento armado para construir casas que possam suportar os abalos sísmicos.

“O desafio é construir estas casas antes que chegue o frio”, disse Berlusconi, um desafio para o qual o Ministério da Economia italiano colocou à disposição 700 milhões de euros.


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Itália decide realizar cúpula do G8 em L'Aquila