Na semana passada, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, negou liminar pedindo habeas corpus para o governador licenciado do Distrito Federal, José Roberto Arruda. O governador teve sua prisão decretada na quinta-feira pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), acusado de tentar subornar uma testemunha num escândalo de suposto pagamento de propinas.

Em entrevista à JP, o ministro do STF explicou que “o processo seguirá à Procuradoria Geral da República e a partir daí, teremos um parecer dentro de dois dias de devolução, com confecção de relatório e voto, que serão analisados no Plenário na próxima semana”.

Mello revelou que ficou complexo com este episódio por envolver um governador, que vinha em um administração considerada elogiável devido as suas obras e feitos para o Estado. “Fiquei perplexo. É lastimável e uma tristeza perceber que poderia ter acontecido uma tentativa de obstruir a Justiça e foi por isso, que eu indeferi a liminar”.

A prisão de Arruda foi considerada por muitos, como um “divisor de água na política brasileira”. Sobre o assunto, o ministro disse que “em 31 anos de Magistratura, não se surpreende com mais nada”. No entanto, a decisão sinaliza ao povo brasileiro que a época da impunidade precisa ser superada.


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Juiz que mandou prender Arruda "não se surpreende com mais nada"

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