Dizem que paulistano está sempre atrasado, sempre correndo e que nunca para nada. Mas nas estações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), existe uma coisa que faz os seus apressados usuários pararem: a música.

Uma série de iniciativas das duas companhias de transportes ferroviários da capital do Estado mais rico do Brasil, em parceria com a Prefeitura paulistana e com a iniciativa privada, possibilitam levar apresentações musicais para dentro das estações da cidade.

Mesmo que os grandes eventos tenham sido riscados da agenda das estações, os novos artistas estão ganhando cada vez mais espaço no subterrâneo da metrópole.

“Grandes shows acabaram sendo deixados de lado por questões de segurança”, revela Aluizio Gibson, chefe do departamento de marketing corporativo do Metrô, referindo-se aos shows que ocorriam na estação Brás no passado. “Por questões técnicas, especialmente situações que botavam em risco a segurança dos nossos usuários, esses eventos acabaram não sendo levados adiante.”

Com isso, as iniciativas com nomes menores acabaram dominando os planos das companhias, que foram ampliando seus calendários culturais com projetos como o Piano na Luz e o Projeto Encontros.

“Uma parceria nossa com a Coordenadoria da Juventude (órgão da prefeitura de São Paulo) acabou rendendo bem, já que tivemos a chance de convidar as bandas que passaram pelas seleções do projeto Saindo da Garagem para tocar na estação Santa Cecília”, comentou Gibson.

“Essas bandas se inscreveram e passaram por uma seleção que formou uma espécie de catálogo de bandas”, explica melhor o chefe de marketing. “Elas se apresentam todas as segundas e quintas e já fazem alguns usuários se programarem para os shows.”

“O resultado tem sido bastante satisfatório e já é possível notar que existem alguns usuários que não perdem nenhum evento”, comemora. “São bandas de vários estilos e a repercussão tem sido a mais positiva possível.”

Músicos de rua

Em outras metrópoles do mundo, como Buenos Aires, Nova York, Madri, Lisboa e Londres, é comum encontrar músicos de rua que tocam nas estações para ganhar dinheiro, coisa que não acontece nos metrôs brasileiros.

Sobre o assunto, Gibson explica as opiniões do metrô sobre o assunto e diz que a companhia nunca vira as costas para os artistas de rua do país.

“Tocar no metrô não é uma atividade ilegal. Mas nós temos uma política muito clara de combate a qualquer tipo de atividade que envolva doação de dinheiro, esmolas e comércio ilegal”, comenta o diretor. “Nós não temos absolutamente nada contra os músicos de rua, só temos instruções de não permitir qualquer atividade não programada nas estações.”

“Nós temos acesso controlado nas estações e isso facilita para nossa equipe identificar esse tipo de violação”, continua. “Todas as apresentações são monitoradas e estamos sempre atrás de atrações para levar ao metrô.”

“Sabemos da qualidade de alguns desses músicos e nunca fechamos as portas para eles. Se o interesse deles for artístico, terá nosso apoio”, comenta. “Qualquer um pode apresentar um projeto ao nosso setor responsável e nós teremos o maior prazer em levar esses artistas para dentro do sistema.”

Você pode conferir a programação completa das atividades do Metrô paulistano e da CPTM através dos sites www.metro.sp.gov.br/cultura e www.cptm.sp.gov.br


int(1)

Malha ferroviária: as iniciativas que levam música ao vivo ao transporte público em SP