Muita gente, especialmente os mais novos, conhece Michael Jackson pelos escândalos de pedofilia, pelas esquisitices ou pelas cirurgias plásticas que o transformaram de um jovem negro a um ser andrógino, de pele branca e nariz deformado. Mas, acima de todos esses problemas, a verdade é que ele foi a maior estrela da história da música pop – e não à toa, pois foi um cantor, compositor e dançarino de talento sobrenatural.

Para que seu legado artístico, que é o mais importante, não seja esquecido, o Virgula faz um resumo da trajetória do Rei do Pop ao longo das décadas e suas contribuições para a música e outras áreas do conhecimento humano.

ANOS 60

Nascido em 1958, o quinto filho do casal Joe e Katherine Jackson começou a mostrar sua aptidão para a arte logo em seus primeiros anos de vida. Com cinco anos, ele passou a ser obrigado pelo pai – disposto a fazer que seus filhos formassem uma banda pop – a ter uma rígida doutrina de ensaios de música e dança, no que se saiu extremamente bem: era apontado, de longe, como o mais talentoso do clã.

Em 1968, o garoto e seus irmãos (Jermaine, Jackie, Tito e Marlon), que ganhou o nome de The Jackson Five, assinou com a gravadora Motown. Os quatro primeiros singles do grupo são I Want You Back, ABC, The Love You Save e I’ll Be There (até hoje, clássicos absolutos da música negra internacional), que chegaram ao topo da parada de sucessos e transformaram o grupo no primeiro na história do pop mundial a ter seus quatro primeiro singles nesta posição. O primeiro disco, Diana Ross Presents the Jackson 5, saiu em 1969.

ANOS 70

Enquanto ainda fazia parte do Jackson Five, que emplacou outros hits – Never Can Say Goodbye e I Want You Back, entre outros – Michael lançou em 1972 seu primeiro disco-solo, que continua o sucesso Got to Be There. No mesmo ano, sai seu segundo álbum individual, no qual estava o hit Ben. Music and Me saiu em 1973 e Forever Michael, em 1975, mas ambos não obtiveram muito sucesso.

Em 1979, porém, ele se firmou em definitivo como artista-solo com Off the Wall, classificado como um dos discos mais importantes da década: misturando disco music, pop, rock, soul e funk, o álbum feito em parceria com o produtor Quincy Jones estabeleceu uma nova sonoridade para a música pop e gerou clássicos como Don’t Stop ‘Till It Get Enough e Rock With You.

ANOS 80

Em 1982, Michael lança o disco mais vendido da história: Thriller. Embalado por canções brilhantes (a faixa-título, Beat It, Billie Jean, Wanna Be Startin’ Something) e uma maciça promoção da MTV, na época único canal de televisão exclusivamente dedicado à música, o disco vendeu mais de 106 milhões de cópias e alçou o americano à posição de primeiro popstar negro – e o maior de todos – em todos os tempos.

Com esse movimento, ele expandiu a black music para o público de todas as idades e classes sociais, abrindo o caminho mais tarde preenchido por artistas de hip hop. De quebra, ao fazer vídeos inovadores para as músicas do disco, popularizou a ferramenta de divulgação conhecida como videoclipe e eternizou passos de dança como o moonwalk, em que anda de costas, em movimentos impressionantes.

Em 1987, MJ lançou o disco Bad. Mesmo sem o mesmo êxito de  Thriller, o álbum emplacou vendeu mais de 26 milhões de cópias, hits nas paradas de sucesso (Bad, Smooth Criminal, The Way You Make Me Feel) e manteve o cantor no posto de principal popstar de seu tempo.

ANOS 90

Já sem a mesma popularidade das décadas anteriores – e na época em que suas bizarrices, como as cirurgias plásticas, começavam a ser mais intensamente divulgadas pela mídia -, Michael lançou em 1991 o CD Dangerous, que contém faixas como Remember the Time, Black and White e Heal the World.

O disco reergueu sua carreira cantor por algum tempo, mas acabou sendo ignorado pouco depois por causa da ascensão do grunge na música pop. A essa altura, a popularidade do cantor começou a diminuir em grande proporção, até chegar a níveis baixíssimos com o processo que sofreu por assédio sexual de uma criança de 13 anos, em 1993.

ANOS 2000

No que diz respeito à música, tema dessa matéria, Michael Jackson não fez nada de relevante no início do século 21. Nem seu último disco autoral, Invincible, lançado em 2001: o álbum fracassou de forma retumbante e não fez nenhum hit, mesmo com participações de vários rappers e produtores da moda, como Babyface e Notorious B.I.G.

Em 2007, a gravadora Epic lançou o disco Thriller 25, com remixes das faixas de Thriller feitas por nomes conceituados do pop atual como Kanye West, Black Eyed Peas e Akon. Apesar de ter vendido mais de 2 milhões de discos, o álbum também não recuperou a reputação de Michael como astro da música. E, a partir de então, foi ladeira abaixo…

 

Como estaria Michael Jackson sem as cirurgias


Créditos: Pinterest

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Michael Jackson: acima dos escândalos, um músico e performer excepcional