Neste domingo (22), o assassinato de John F. Kennedy completa 46 anos. A morte violenta do segundo presidente mais querido da história americana (perdendo apenas para Abrahan Lincoln) chocou não apenas os EUA, mas todo o mundo.

Kennedy estava em Dallas, no Texas, já em campanha por sua reeleição. Desfilava em uma limusine aberta ao lado da esposa Jacqueline, e acompanhado pelo governador daquele estado, John Connally, e pela primeira dama, Nellie.

Às 12h30, o presidente levou o primeiro tiro, que atravessou a parte superior de suas costas, atravessou seu pescoço e saiu pela garganta. A mesma bala ainda feriu seriamente o governador nas costas, peito, punho direito e coxa esquerda.

Enquanto as duas esposas tentavam socorrer os políticos, veio o disparo fatal, que praticamente estourou parte da cabeça do presidente. Desesperada, Jackie Kennedy subiu na parte traseira do carro, sendo contida por um segurança.



Levado ao hospital, JFK foi declarado oficialmente morto às 13h00.

Sem dúvida esse foi o fato mais marcante na história dos Kennedy, mas isso não significa que tenha sido o único a entrar para a história. Pelo contrário. O que não faltam na história da família mais poderosa e famosa da política dos EUA são acontecimentos dramáticos.


Família

Joseph P. Kennedy e Rose Fitzgerald Kennedy tiveram nove filhos, dos quais apenas uma, Jean Ann (nascida em 1928), ainda está viva. Os outros irmãos não tiveram destinos muito tranqüilos: Joshep morreu em um bombardeio, enquanto pilotava um avião, na II Guerra Mundial; John e Robert foram mortos a tiros; Rosemary passou a vida toda internada em instituições psiquiátricas; Kathleen morreu em um acidente aéreo; Patricia e Edward faleceram em decorrência de câncer; e Eunice teve uma sequência de derrames.


Política

A família Kennedy teve três senadores e um presidente, se tornando a mais influente na história política norte-americana. E poderia ter sido até mais: quando foram mortos, John estava em campanha para reeleição à presidência e Robert havia acabado de vencer a mais importante primária do partido democrata, sendo praticamente certa sua candidatura. Também existiam grandes planos para Ted, mas um escândalo atrapalhou sua carreira no pior momento possível.

Mas as ambições não começaram com os filhos: o próprio Joseph sonhava se tornar o primeiro presidente católico dos EUA. Mas uma mancada, às vésperas da II Guerra Mundial, acabou com qualquer chance. Pouco depois de assumir o cargo de embaixador americano na Grã-Bretanha ele aconselhou o governo de seu país a fazer “algum tipo de acordo” com Adolf Hitler.

Atentados

As circunstâncias que levaram à morte John e Robert são questionadas até hoje, embora os inquéritos tenham sido encerrados rapidamente. No caso de John, existem teorias para todos os gostos: o crime teria sido encomendado por Fidel Castro, Lyndon Johnson, a máfia, FBI, CIA ou por presidentes de países do leste europeu. O que menos se acredita é que a culpa seja mesmo de Lee Harvey Oswald, que por sinal não assumiu a autoria. E que, convenientemente, foi morto dois dias depois do atentado, por um sujeito ligado à máfia e portador de uma doença terminal. A desconfiança é tanta que, em 2003, 40 anos após o crime, uma pesquisa da emissora ABC News constatou que 70% dos entrevistados não acreditam até hoje na versão oficial.

Já em relação a Robert, a maior questão é entender como Sirhan B. Sirhan teria conseguido disparar na nuca do senador, uma vez que o ataque aconteceu quando ele estava em frente à vítima.


Filhos

Embora tenha morrido com apenas 42 anos, Robert Kennedy deixou uma família numerosa. Sua esposa, Ethel, estava grávida do 11º filho quando ele sofreu o atentado fatal, no mesmo dia em que venceu as primárias de Los Angeles do Partido Democrata. 

E por falar filhos, John e Jackie Kennedy não tiveram apenas dois, mas quatro. Porém a primeira já nasceu morta, enquanto o segundo bebê, um menino, faleceu com dois dias de vida. Caroline, hoje com 51 anos, é a única sobrevivente, já que seu irmão, JFK Jr. morreu em um acidente aéreo, em 1999.

John Jr., aliás, nasceu 17 dias depois da eleição que levou sua família à Casa Branca. E teve seu terceiro aniversário marcado pela cerimônia fúnebre do pai, assassinado três dias antes.


Maldição

Tantos fins trágicos e precoces levaram ao surgimento de uma lenda, segunda a qual a família Kennedy seria amaldiçoada. Afinal, dos nove irmãos, dois morreram em acidentes, aos 28 e 29 anos, e dois foram assassinados, aos 42 e 46 anos. Na geração seguinte, a vítima foi John Kennedy Jr. Bem sucedido como advogado e jornalista, ele morreu com apenas 39 anos, também em um acidente aéreo, como seus tios Joseph e Kathleen.


A Kennedy “protestante”

Para desespero de sua mãe, católica fervorosa, Kathleen Kennedy casou com um nobre inglês protestante. Mas, depois de apenas quatro meses, seu marido morreu na II Guerra Mundial. Pouco depois ela se tornou amante de outro nobre, com quem pretendia se casar. Só que esse não só era protestante, como também casado, e ela teria que esperar pelo divórcio. O único a abençoar a união foi seu pai e foi justamente durante uma viagem para visitá-lo que Kathleen e o futuro marido sofreram o acidente fatal. O pai também foi o único parente a comparecer ao seu funeral.


Edward Kennedy

Outro que deu bastante dor de cabeça foi Edward, mais conhecido como Ted, mas esse teve tempo de se redimir. Em sua primeira passagem por Harvard, ele foi expulso por fraudar um exame. Mas foi readmitido e se formou em Direito. Sua primeira eleição para o Senado também foi meio “ajudada”: o irmão John, recém-eleito presidente, adiou a votação por dois anos, até que Ted atingisse a idade mínima para ocupar a vaga que ele havia deixado.

Mas nada foi pior do que o escândalo de 1969, que acabou com qualquer sonho de um terceiro Kennedy candidato à presidência. Depois de uma festa, Edward estaria dando uma carona para uma suas assistentes, quando o carro que dirigia caiu dentro de um lago. Ele conseguiu nadar e se salvou, voltou ao hotel e não comunicou a ninguém o que havia acontecido. O corpo da moça foi encontrado no dia seguinte, e investigações concluíram que ela havia ficado presa em uma bolha de ar por horas antes de morrer. Acusado de omissão de socorro, Ted alegou estar em choque e foi condenado a dois meses de condicional.

Apesar de tudo isso, ele continuou sua carreira política por mais de 40 anos, sendo reeleito sete vezes ao Senado. E acabou se transformando em um exemplo: com boas relações entre democratas e republicanos, defendeu direitos humanos, condenou o apartheid, guerras e ditaduras e foi reconhecido como um dos melhores senadores da história americana. Pouco antes de morrer, este ano, recebeu do presidente Obama a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta condecoração civil americana.


Netos

A terceira geração Kennedy não manteve o interesse pela política. Apenas a filha de John, Caroline, cogitou concorrer ao Senado, mas desistiu. Entre seus primos, a mais próxima de um cargo é Maria Shriver (que tem apenas o sobrenome paterno), filha de sua tia Eunice Kennedy Shriver: ela é a primeira-dama da Califórnia, estado governado por seu marido, Arnold Schwarzenegger.


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Morte de JFK completa 46 anos; lembre fatos marcantes sobre os Kennedy