New York, I Love You faz parte do projeto Cities of Love, assim como Paris, je t’aime de 2006. Os filmes reúnem diferentes diretores de várias partes do mundo em longas formados por vários curtas. Os curtas têm como cenário principal e inspiração algumas das cidades mais importantes do mundo.

O que muitos podem achar a principal qualidade do filme é exatamente seu maior defeito: o fato de tentar criar uma certa unidade entre suas histórias e personagens. No primeiro longa do projeto, sobre a “cidade luz”, os curtas, dirigidos por nomes de peso como Gus Van Sant, os irmãos Coen, Alfonso Cuarón, Walter Salles e outros que totalizaram 18, eram completamente independentes. E por mais que os estilos fossem muito discrepantes entre si, parecia, surpreendentemente, que havia um sentido maior nisso, só pelo fato de serem curtas sobre relacionamentos rodados em Paris.

Já em New York, as ligações entre personagens de alguns curtas parecem apenas uma tentativa desesperada de fazer diferente; só que enquanto alguns atores como Ethan Hawke, Bradley Cooper e Maggie Q surgem sempre, outros como Andy Garcia e Orlando Bloom ficam apenas nos seus “núcleos”, mostrando a fragilidade dessa interseção entre roteiros. E realmente os roteiros não são atraentes. Tirando 3 ou 4 histórias (as de Shunji Iwai,Yvan Attal e Joshua Marston por exemplo), as outras não empolgam. Os diálogos, que são usados exaustivamente por todos, só fluem em poucos.

E a cidade retratada nos 110 minutos de filme não surpreende em nada a quem está acostumado a ver no cinema e tv os parques, ruas, cafés e prédios nova iorquinos. Não é uma cidade real, e sim de fantasia, o que decepciona muito, principalmente por ser a visão de alguns cineastas que não participam do mainstream.


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New York, I Love You força a barra para ser cult e turístico