Ninguém nunca suou como Wilson Pickett. Nem nos anos 60, nem depois, nem nunca mais. Aposto que inclusive você já suou com ele. E nem sabe. Ele é o sujeito que canta hits absolutos como “Mustang Sally” e “In the Midnight Hour”, além de vários outros. Mas ninguém mais sabe quem ele é. Diferente de James Brown e suas capas e arroubos (tem aquele boato que ele roubou a idéia do Gérson King Combo…) ou de Aretha Franklin e seu pescocinho, esqueceram do Wilson ali no cantinho e nem sabem que dançam ao som do negão.



Pois bem, antes de partir para a carreira solo na Atlantic Records (ah, a Atlantic…) Wilson cantava no The Falcons, que se desmantelou depois da saída de Pickett. Ele tinha todo aquele carisma desenvolvido na igreja, praise the lord, em Detroit, para onde se mudou do Alabama com 18 anos. Antes disso fez parte de um grupo Gospel chamado “The Violinnaires”. Depois de seu terceiro e mais conhecido single, que saiu pela Stax Records (ah, a Stax…) “In The Midnight Hour”, foi parar lá no número um das paradas de R&B, que não é essa porcaria que chamam de R&B agora, mas soul music mesmo – o nome já diz tudo.



Em 65, Pickett gravou com o tecladista e dublador do Chef Isaac Hayes. Juntos, gravaram “In The Midnight Hour”, “Don’t Fight It” e “Ninety Nine and a half won’t do” De novo foram parar lá em cima nas paradas de R&B e pop. Outros grandes hits foram a supracitada e conhecidíssima “Mustang Sally”, que foi primeiramente gravada por Mack Rice, mas é conhecida mesmo com Mr. Pickett, e regravada trocentas vezes por artistas como Mar-keys, Silver Apples, The Coasters (o próximo tema da coluna), Buddy Guy, Solomon Burke e mais uma galere de respeito. Sr P. Teve mais um primeiro lugar nas paradas de R&B com “Funky Broadway”.


Pickett gravou muitas outras canções memoráveis como “I’m In Love,” “Jealous Love,” “I’ve Come A Long Way,” “I’m A Midnight Mover” e “I Found A True Love”. Ah, também teve sucesso com uma versão de “Hey Jude”, dos Beatles, e “Hey Joe”, isso entre 67 e 69.


Seu ultimo single na Atlantic foi uma cover de Randy Newman, “Mama told me not to come”. Depois ele migrou para a RCA e gravou mais um monte de discos – como você pode notar pela extensa discografia do tio.



Agora, sua vida pessoal era uma barafunda. Ele sempre foi muito, digamos, esquentadinho e adorava um berro – como em arma de fogo. Foi preso várias vezes, inclusive por atropelar um pobre e inocente pedestre latino de 86 anos. Ele dirigia bêbado e adorava uma droguinha. Mas como estamos falando de música, o que importa é que nosso brother Wilson entrou no Rock and Roll of Fame, foi agraciado com um prêmio de pioneiro pela Rythm and Blues Foundation e foi indicado a um Grammy em 1999, graças ao filme “The Commitments”.



Até 2004 ele ainda se apresentava por aí, mas começou a sofrer de problemas de saúde, não imagina-se por quê. No hospital, revelou seu desejo de voltar às suas raízes Gospel, mas isso nunca aconteceu. Wilson Pickett morreu do coração em 2006, deixando todo essse legado incrível.



E agora eu preciso parar senão vou ter um ataque cardíaco como ele e o Little Richard não vai estar lá para pregar no meu funeral. Vou dormir que a coisa aqui não anda boa. Se continuar assim, entrevisto o cara na grande Jam Session que todos os mortos geniais devem estar fazendo em algum lugar por aí.



It’s Too Late (Double-L 1963)
In The Midnight Hour (Atlantic 1965)
The Exciting Wilson Pickett (Atlantic 1966)
The Wicked Pickett (Atlantic 1966)
The Sound Of Wilson Pickett (Atlantic 1967)
I’m In Love (Atlantic 1968)
The Midnight Mover (Atlantic 1968)
Hey Jude (Atlantic 1969)
Right On (Atlantic 1970)
Wilson Pickett In Philadelphia (Atlantic 1970)
If You Need Me (Joy 1970)
Don’t Knock My Love (Atlantic 1971)
Mr Magic Man (RCA 1973)
Miz Lena’s Boy (RCA 1973)
Tonight I’m My Biggest Audience (RCA 1974)
Live In Japan (1974)
Pickett In Pocket (RCA 1974)
Join Me & Let’s Be Free (RCA 1975)
Chocolate Mountain (Wicked 1976)
A Funky Situation (Wicked 1978)
I Want You (EMI America 1979)
The Right Track (EMI America 1981)
American Soul Ma (Motown 1987)


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O Extraordinário Wilson Pickett e sua sudorese