A obesidade grave pode encurtar a vida das pessoas em entre oito e dez anos, um efeito comparável com o do cigarro, revela um estudo publicado hoje na internet pela revista médica “The Lancet”.

A pesquisa, dirigida por Richard Peto e Gary Whitlock, da Unidade de Estudos Clínicos da Universidade de Oxford, foi realizada com base em dados de quase 900 mil adultos da Europa Ocidental e América do Norte, com uma média de idade de 46 anos e um índice de massa corporal (IMC) médio de 25.

Os pesquisadores constataram que um IMC -relação entre o peso e a altura- superior ao ideal de 22,5-25 kg/m2 conduz a um aumento da mortalidade, com um risco superior, logicamente, aos mais obesos.

Acima de 25 kg/m2, cada 5kg/m2 a mais resulta em um aumento da mortalidade de um terço, segundo os especialistas.

A obesidade moderada (IMC 30-35) é bastante comum e causaria um terço da mortalidade provocada pelo cigarro, enquanto a obesidade grave (IMC 40-50) tem um efeito similar ao ato de fumar.

Assim, embora esse tipo de obesidade ainda seja pouco frequente, tem um efeito muito prejudicial à saúde, já que, como o cigarro, pode encurtar em oito ou dez anos a vida das pessoas, advertem os pesquisadores.

Para o estudo, os autores analisaram a relação entre o índice e o risco de morrer por certas doenças. Eles usaram dados de 57 estudos exploratórios, com um total de 894.576 participantes, 61% deles homens.

Os resultados indicam que, em ambos os sexos, a mortalidade era inferior no grupo de IMC de entre 22,5 e 25 (o que significa que se uma pessoa mede 1,70, seu peso ideal seria de cerca de 70 kg).

Para cada 5 kg/m2 a mais, verificou-se um aumento da mortalidade nas seguintes doenças: vasculares (infarto, apoplexia), 40%; diabetes, doenças do fígado ou do rim, 60-120%; câncer, 10%; pulmonares, 20%; e geral, 30%.

A obesidade moderada, que é comum nas sociedades ocidentais, foi associada com a perda de dois a quatro anos de vida, um pouco menos da metade que no caso da obesidade grave.


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Obesidade grave pode encurtar vida em até dez anos, afirma pesquisa