Só mesmo um grupo tão cheio de energia quanto o Prodigy conseguiria transformar o recatado Via Funchal em uma rave ensandecida. E foi exatamente isso que o público de São Paulo presenciou no show de ontem (23), que provou para os descrentes que o Prodigy está melhor do que nunca – e que seu álbum mais recente, Invaders Must Die, não fica devendo em nada para a energia caótica do início da carreira do trio.

Embora no horário marcado para o início do show, 22h, o público ainda estivesse acanhado e o Via Funchal tivesse espaço de sobra, a impressão de que o show estaria vazio foi totalmente desfeita quando o DJ Marky assumiu as picapes para preparar o palco para o show do Prodigy. A lenda do drum ‘n bass fez o público, que já estava preparado para enlouquecer com sons distorcidos e muito altos, sair do chão sem medo, em uma boa preparação para o que viria a seguir.

Liam Howlett, Maxim Reality e Keith Flint entraram no palco por volta das 23h30, com uma energia tão absurda e um som tão bem regulado que era impossível não ficar impressionado com a competência técnica e a performance avassaladora do Prodigy. A apresentação começou com uma pancada: World’s On Fire, primeira faixa do álbum Invaders Must Die.

Logo de cara, já foi possível perceber que o novo álbum da banda arrasa nos palcos e, se é que isso é possível, ganha ainda mais energia com a performance do trio britânico. O som, que não saia nunca do máximo, foi muito beneficiado pelo fato do Via Funchal ser um local fechado, o que de fato aproximou os fãs da banda e conseguiu favorecer os elementos orgânicos acrescentados às batidas.

Maxim Reality e Keith Flint podem estar na estrada com o Prodigy há mais de vinte anos, mas isso, bem longe de fazer com que os veteranos estejam cansados de fazer shows, só traz vigor e experiência para as apresentações do Prodigy. Afinal, o grupo não é considerado o precursor das raves por acaso – e foi isso que o Via Funchal testemunhou na noite de ontem, com o som distorcido e contagiante da banda levando todos os presentes para estados de consciência nada convencionais.

Em seu setlist, o Prodigy mesclou músicas antigas com o repertório do novo álbum. Logo após World’s On Fire, o grupo emendou o hit Breathe (lembra?), do álbum The Fat Of The Land, de 1995, e Omen, single de Invaders Must Die. Warrior’s Dance conseguiu ficar ainda mais pesada ao vivo, com a platéia cantando em uníssono.

Mas o Prodigy, claro, guardou as jóias para o final, quando disparou Invaders Must Die, Smack My Bitch Up, Take Me To The Hospital e Out Of Space. Na saída do show, o público podia estar cansado, mas todos estavam prontos para muito mais. Em sua quarta passagem pelo Brasil, o Prodigy deixou um gostinho de quero mais, provando que sua nova turnê é digna de figurar entre as apresentações mais fortes que São Paulo presenciou este ano.

Confira a galeria de fotos do show

Setlist

World’s On Fire
Breathe
Omen
Poison
Spitfire
Warrior’s Dance
Firestarter
Run With The Wolves
Voodoo People
Omen Reprise
Invaders Must Die
Diesel Power
Smack My Bitch Up

Bis
 
Take Me to the Hospital
Out Of Space


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Prodigy transforma o Via Funchal em uma rave em show marcante ontem (23), em SP