Pelo menos 58 pessoas morreram e dezenas estão desaparecidas após a enchente causada pela ruptura de uma represa nos arredores de Jacarta, capital da Indonésia, que inundou um populoso bairro residencial nesta sexta-feira (27/03).

O escritório de coordenação de assuntos humanitários da ONU (Ocha, em inglês) em Jacarta informou que, dos 58 mortos, cerca de 60% são mulheres, crianças e idosos.

As autoridades alertaram que as vítimas podem mudar nas próximas horas devido ao número de desabrigados que continuam desaparecidos. Calcula-se que, dos cerca de cinco mil desabrigados, quase 100 ficaram feridos pela onda de mais de três metros de altura que se formou com a ruptura da represa e estão sendo atendidas em dois centros hospitalares da região.

“A maioria dos mortos estava nas áreas afetadas mais distantes da represa. Os que moravam mais perto escutaram as sirenes de alarme minutos antes do rompimento e conseguiram fugir”, explicou o chefe do Ocha na Indonésia, Ignacio León.

A água alagou mais de 400 casas, além de várias empresas, cinco subestações elétricas e uma escola. Centenas de pessoas foram evacuadas e alojadas temporariamente em um acampamento dentro das instalações da universidade de Muhammadiyah, que fica próxima à área afetada.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) anunciou que a situação de emergência estava controlada e que não era preciso ajuda internacional.

“Cerca de 200 casas ficaram parcialmente danificadas ou cederam”, afirmou León, acrescentando que os números da tragédia não são ainda maiores porque se trata de um bairro de classe média.

Segundo as autoridades locais, o nível de água já começou a recuar nas zonas afetadas.

De acordo com investigações preliminares, a ruptura parcial do dique de Situ Ginung aconteceu por volta das 2h (16h de quinta em Brasília), após várias horas de fortes chuvas, e causou uma inundação que colocou a água a dois metros de altura numa área de cerca de 400 casas da região sul de Jacarta.

O presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, o vice-presidente do país, Jusuf Kalla, e o ministro de Bem-estar Social indonésio, Aburizal Bakrie, visitaram as áreas afetadas ao longo do dia para falar com os deslocados e analisar as dimensões da tragédia.

No início de março, nove pessoas morreram e mais de 30 mil tiveram que abandonar seus lares no centro e no sul da ilha de Java devido a inundações causadas pelas fortes chuvas.

Dezenas de pessoas morrem a cada ano na Indonésia por causa de inundações e deslizamentos de terra que ocorrem durante a temporada de chuvas, que começa em novembro e se estende até fevereiro.


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Represa rompe e mata pelo menos 58 pessoas na Indonésia