O cineasta americano Quentin Tarantino admitiu que a tarefa de seguir o rigor histórico foi um dos seus principais problemas em “Bastardos Inglórios”, seu novo filme, que tem como pano de fundo a Segunda Guerra Mundial.

“Nunca me impus limites no momento de escrever um roteiro. Normalmente, meus personagens saem de mim e não posso dominá-los. Desta vez, percebi que o rumo da História era um muro contra o qual minha criatividade se chocava”, disse Tarantino durante entrevista no Festival de Cannes.

Segundo o cineasta, a solução para esse problema foi “derrubar esse muro”, e sentir-se livre para brincar com os fatos históricos.

“Eu estava preparado para respeitar o rigor histórico, mas depois pensei: ‘meus personagens não sabem que estão na História. Então, poderiam eles mudar a História?’ Eles não existiram, porque eu os inventei, mas se tivessem existido, a História teria sido diferente”, disse o cineasta.

Com isso, em “Bastardos Inglórios” Tarantino se permitiu retratar o ministro do Povo e da Propaganda de Adolf Hitler Joseph Goebbels “como um magnata de Hollywood, e não como o perverso que sempre nos ensinaram”.

Com “Bastardos Inglórios”, estrelado por Brad Pitt, Tarantino parece ter conseguido algo impossível até agora: fazer do cinema histórico um gênero imprevisível.


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"Rigor histórico atrapalhou Inglorious Basterds", diz Tarantino durante festival de Cannes